Folha de S. Paulo


E se o Brasileirão não acabar hoje?

A Suprema ironia será ver o Corinthians ser hexacampeão nesta noite graças a um gol de Alexandre Pato, pelo São Paulo, contra o Galo, no Morumbi.

Como se sabe, nem precisa ser um gol que dê a vitória ao Tricolor, porque um simples empate do Galo dá o título ao Corinthians.

É verdade que a missão dos mineiros parece menos difícil que a dos corintianos, no alçapão de São Januário, contra o desespero do Vasco para evitar o terceiro rebaixamento.

O estádio vascaíno estará tomado enquanto o são-paulino, apesar da luta pelo G4, ou G5, dificilmente receberá torcida suficiente para pressionar os visitantes.

O Corinthians, além do mais, terá de administrar a situação de três de seus principais jogadores, Gil, Elias e Renato Augusto, que jogaram os 90 minutos, anteontem, pela seleção brasileira.

Tite quer ser campeão imediatamente, aliás, queria que o título tivesse acontecido na rodada passada, e não negou a ninguém depois que não veio. Mas na rodada passada não dependia apenas do seu time, que fez a parte dele, ao vencer o Coritiba.

Agora não. O Corinthians depende só de si, de uma vitória que, provavelmente, rebaixará o Vasco.

É jogo de risco em todos os sentidos a tal ponto que fica difícil imaginar uma comemoração no gramado de quem venha a ficar em situação tão precária, razão pela qual não são poucos os corintianos que preferem deixar a festa para o jogo de domingo, o Majestoso, contra o São Paulo, na arena corintiana.

Caso o líder perca e o vice-líder vença, a diferença cairá para ainda enormes oito pontos, com três rodadas pela frente.

O Corinthians precisará de dois pontos em três jogos contra o São Paulo, o Sport, no Recife, e contra o Avaí, na Arena Corinthians.

Significa dizer, em resumo, que nesta noite os jogos são muito mais importantes e decisivos para os três times que não podem ser campeões hoje, embora a expectativa maior seja da torcida que pode ser.

Os corintianos que perdoem tamanho esforço de objetividade, mas o Brasileirão agradecerá se ainda não for decidido agora.

SELEÇÃO NA COPA

O time de Dunga acaba 2015 dentro da Copa de 2018. Nada mais que a obrigação, embora a Argentina não possa dizer o mesmo e nem mesmo o Chile possa.

Faltam 14 rodadas, e é óbvio que, completa, a Argentina reagirá –e que o Equador tem um jeito danado de cavalo paraguaio.

Contra o Peru, anteontem, acabou sendo mais fácil que a encomenda, muito também graças a Alisson, que evitou o 1 a 0 e o 1 a 1 no início de cada tempo.

Nosso nervoso treinador, que para ter chiliques como Bernardinho precisa, antes, vencer como o do vôlei, há de ter se convencido de que Douglas Costa é titular e não deve se precipitar em relação a Lucas Lima, apesar da boa presença de Renato Augusto.

Que Gil é mais confiável que David Luiz até a grama sabe e que o futebol de hoje exige o jogo coletivo acima das individualidades o segundo tempo na Bahia comprovou.

Mas teremos Del Nero, e Dunga, em 2016?

EMOÇÃO

Ver e ouvir o estádio de Wembley entoando a Marselhesa foi das cenas mais belas jamais testemunhadas num estádio de futebol.


Endereço da página:

Links no texto: