Se o Palmeiras acabasse eliminado na marca da cal, se Prass não tivesse lembrado São Marcos duas vezes, mesmo assim o palmeirense teria motivos para estar feliz. Como o "se" não joga, o torcedor alviverde está feliz. Não estaria, é claro, se fora das finais.
Mas teria visto seu time jogar na casa do Corinthians de igual para igual, com valentia desde o primeiro minuto, com uma certa cautela exagerada depois que abriu o placar, mas com um segundo tempo impecável para buscar o empate depois da virada alvinegra e para tentar definir o jogo ainda no tempo normal.
Mesmo sem Zé Roberto e tendo de improvisar um lateral, o Palmeiras jamais se intimidou diante de 36 mil corintianos e do time considerado o melhor do país, invicto na temporada oficial e capaz de manter indigesta escrita nos dérbis.
Sim, o Corinthians estava cansado, teve de poupar Elias e Renato Augusto e não tinha Guerrero, razão pela qual não há motivo para o corintiano ficar triste, embora esteja. Ao contrário, o time também foi bem, capaz de manter a intensidade de um clássico disputadíssimo e agora poderá se dedicar apenas ao que, de fato, importa: a Libertadores.
A segunda-feira é alviverde em São Paulo porque a classificação do Palmeiras veio no começo de um ano promissor como há muito o torcedor palestrino não vivia.
Fernando Prass, maior herói da jornada, disse após a epopeia que nada que houve ontem valerá se o título não vier. É compreensível que o goleiro diga o que disse, mas, não é verdade absoluta.
Chegar às finais é um objetivo alcançado e a dignidade demonstrada ontem, se repetida na decisão, bastará para manter a confiança adquirida no dérbi.
Porque era o que o Palmeiras precisava, até mais do que da vaga: de confiança. Pois conquistou ambas com dois gols de Victor Ramos e Rafael Marques e duas defesas de Prass.
Desta vez o ônibus corintiano deixou uma janela aberta no lado esquerdo e uma porta entreaberta no direito: Dudu usou a janela e Rafael Marques, de peixinho, a porta. Ou é proibido entrar com peixe no ônibus?
PEIXE EM TODAS
Nem no ônibus nem nas finais. Impressionante!
O Santos vai para sua sétima decisão estadual seguida, a nona nas 10 últimas edições do campeonato. Só em 2008 ficou de fora e ganhou cinco das oito disputadas.
Estará em mais uma porque foi muito melhor que o São Paulo durante todo o jogo na Vila, com direito a um golaço de Geuvânio. que Usain Bolt assinaria –da intermediária santista à entrada da área tricolor.
Depois, no segundo tempo, deixou o Tricolor com a bola desde que não sofresse riscos. Era o Santos que ameaçava nos contra-ataques até o 2 a 0.
Ao São Paulo, como ao Corinthians, resta a Libertadores.
Com uma diferença: o rival está garantido. Se eliminá-lo depois de amanhã, melhor será não passar perto do Morumbi.
