Folha de S. Paulo


Sofrimento no Parque

BASTAVA A VITÓRIA e não fosse por Fernando Prass nem o modesto 1 a 1 teria acontecido no velho Parque Antarctica, na nova Arena Palestra.

O pênalti friamente convertido por Henrique para empatar o jogo contra os meninos do Furacão, um verdadeiro Furacãozinho, não merece contestação.

No ano passado, simplesmente não seria assinalado, por bater no braço do zagueiro de costas. Mas a orientação mudou e, de fato, houve a chamada ampliação do espaço para fazer o bloqueio.

O sofrimento de mais de 33 mil torcedores no estádio que torciam contra o rubro-negro paranaense em casa e contra o baiano Vitória, no Barradão, refletia uma campanha abaixo da crítica, com 20 derrotas em 38 jogos e não apenas no Brasileirão, porque, no ano de seu centenário, o Palmeiras perdeu 26 vezes em 63 partidas, com resultados negativos em mais de 40% dos jogos, o pior desempenho em 100 anos de história.

Tudo porque um presidente mimado e incapaz de reconhecer seus inúmeros equívocos, desde as 37 contratações sem sentido até as perdas por capricho ou ciúmes, como a de Alan Kardec, que acabou no rival São Paulo.

A sorte palmeirense estava na Bahia. O Vitória é tão ruim, mas tão ruim que mesmo no Barradão pouco incomodou o Santos que cumpria tabela e sem Robinho e Arouca. Sim, o time baiano é péssimo, mas sua defesa conseguiu levar menos gols que a do Palmeiras, 54 a 59, porque a defesa verde foi a pior do campeonato, até que a do Criciúma, o lanterna, que levou 56 gols.

O Palestra mineiro, o Cruzeiro, terminou o torneio com 80 pontos, simplesmente o dobro obtido por aquele que já foi o mais vencedor dos clubes brasileiros.

Definitivamente, não há o que comemorar e a massa presente ao estádio ontem se fez bem em aplaudir Fernando Prass, o grande responsável pelo empate salvador, se engana ao equipará-lo a Valdivia, tão cheio de dói-dóis como o presidente Paulo Nobre.

Como erraram os que chamaram o time de sem vergonha, porque, embora horroroso, o time teve brio e a manifestação deveria se voltar à direção do clube e aos que nela votaram para mais uma gestão, esta sim, sem vergonha de expor a torcida a tamanha dor, embora a alternativa, na recente eleição, não fosse animadora.

Tudo considerado, o Palmeiras sobreviveu.

Tem uma casa novinha em folha para fazer dela uma mina de ouro, desde que resolva também as divergências que existem entre o presidente palmeirense e quem a construiu.

Como dizia uma faixa na arquibancada, o Palmeiras tem de lutar para ser campeão, não para fugir da segunda divisão, onde já esteve duas vezes neste século.

PAÍS DA NATAÇÃO!

As 10 medalhas, sete de ouro, num ano em que o sete entrou para a história como um número desgraçado, obtidas pela natação brasileira no Mundial de piscina curta são um espanto e um alento.

Vale lembrar que na Olimpíada a piscina é de 50 m. Que não se repita a euforia da Copa das Confederações.


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