Folha de S. Paulo


Sempre subestimam as crianças

Estou morto de fome, e o garçom está trazendo os cardápios. Eba! Agora vou escolher... Espere aí! Cadê o meu cardápio?!?

Sabe, vivo coisas desse tipo toda semana. Eu me sinto muito incomodado. Às vezes acho que pensam que temos um cérebro de palha.

Bom, voltando à cena do restaurante. Costumo olhar a parte "kids" do cardápio para ver se acho um prato interessante. Na maioria das vezes, é uma decepção. Por que eu iria a um restaurante italiano para comer nuggets com arroz e feijão ou então um prato de batata frita?

Outro caso bem comum é nos aviões. Esqueço de desligar meu iPad e logo vem a aeromoça pedir para a minha mãe falar para eu desligar. Por que ela não fala comigo?

Uma coisa que também me desapontava quando era mais novo era quando chegava um adulto e perguntava para minha mãe: "Que fofinho! Como ele se chama?" Pô! Nós, crianças, sabemos falar nosso próprio nome! Bem, acho que você também deve ter alguma indignação.

Mas não é sempre assim. De vez em quando, recebo um cardápio. Quando isso acontece, cochicho: "Ei! Aqui não subestimam as crianças".

Pedro Coelho

LUCAS PROTA CRIPPA, 10, colunista da "Folhinha"


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