Folha de S. Paulo


Empresária cria 'broca' para fazer a cutícula sem cortar

Divulgação
A ponteira da broca é revestida com pó de diamante
A ponteira da broca é revestida com pó de diamante, que ajuda a desgastar a pele

Luzia Costa estava no dentista quando teve a ideia de criar uma nova franquia, a cutilaria Beryllos. A proprietária da rede Sóbrancelhas pensou na remoção de cutículas ao ver as brocas que os dentistas usam para desgastar restaurações. Assim, ela adaptou o minimotor do aparelhinho a uma nova broca que desgasta a pele que cresce sobre a unha.

A ponteira da broca é revestida com pó de diamante, que ajuda a desgastar a pele. A inspiração aqui veio dos peelings de diamante feitos pelos dermatologistas. Na maquininha também estava a saída para uma manicure 100% descartável. Para cada cliente, uma pequena ponteira. Lixa, palito e algodão completam o kit de produtos descartáveis. Porém, ainda havia o esmalte.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Famerp (Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto), o meio químico do esmalte não é suficiente para matar fungos. Com esmaltes coletados em salões, descobriu-se que 20% deles estavam contaminados com fungos causadores de micoses. A segunda parte da pesquisa checou a resistência dos fungos às químicas do esmalte e viu-se que eles sobreviviam por até oito horas dentro do vidrinho.

Baseada nesse estudo, Luzia optou por usar "porções" individuais de esmaltes, com vidrinhos de 4 ml. Por ser pequeno, a cliente leve embora na bolsa para fazer possíveis retoques quando o esmalte lascar.

TESTE

A convite da marca, a coluna testou o novo método. A grosso modo, a broca desgasta a pele que fica ao redor da unha. O que não sai com a máquina, a manicure tenta tirar com uma lixa fina. Funciona como uma esfoliação.

A melhor parte é que não há cortes. O que, segundo Luzia, é muito bom para pessoas que tem a cutícula muito fina, idosos e diabéticos (por conta dos problemas de cicatrização decorrentes da doença). O perigo de tirar "bifes" também desaparece.

As mãos ficam bonitas logo depois da manicure, porém, três dias depois, após retirar o esmalte, notou-se que, em alguns dedos, a pele estava bem erguida, como se tivesse acabado de empurrá-la com um pãozinho.

Luzia explica que o método funciona como um tratamento, que conforme se diminui o hábito de cortar, o corpo tende a produzir menos cutícula (a mesma teoria defendida por quem não curte alicates). Com menos cutícula, essa pele "erguida" tende a desaparecer.

Difícil é se segurar para não cortar em casa, com alicate, essas cutículas levantadas. A empresária diz que, nesses casos, a cliente pode ir até a franquia, ou hidratar bem as mãos e esperar até a próxima semana. Cortar, de maneira alguma.

A novidade também não é indicada para quem gosta daquela "cutícula funda", já que, por apenas lixar a pele que cresce sobre a unha, é impossível eliminar toda ela. Por enquanto, o salão só tem uma unidade em Taubaté.

A marca, porém, afirma que já há franqueados interessados em abrir uma unidade da Beryllos em São Paulo. Como a marca é por meio de franquias, o cliente terá de ser, inicialmente, fiel a uma loja –outro ponto negativo, já que é normal ter mais de uma manicure de confiança para os dias corridos. O preço da unha das mãos é R$ 25.


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