Folha de S. Paulo


Aposentados pagam a conta

RIO DE JANEIRO - A crise na indústria do petróleo evidenciou a desastrosa gestão do PMDB no governo do Estado do Rio. Com a queda na cotação do barril e a consequente baixa na arrecadação de royalties e outros impostos, houve um colapso nas finanças públicas.

Sobrou para os 137 mil servidores aposentados e pensionistas que recebem acima de R$ 2.000. Eles foram os escolhidos para ficar sem o salário do mês de março.

A Justiça concedeu liminar que obrigava o Estado a pagar os valores pendentes até as 15h30 desta quarta (20). A Procuradoria-Geral do Estado do Rio disse em nota haver uma "absoluta falta de recursos para cumprir a sentença" e recorreu da decisão.

Foi o suficiente para postergar mais uma vez o pagamento. "Estão punindo o elo mais fraco nesta história. O governo sabe que aposentados e pensionistas não fazem greve. Por isso, eles foram escolhidos", diz Ramon Carrera, integrante do Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais (Muspe).

Desde o início do ano, o governo adiou datas de pagamento dos servidores, mesmo os da ativa. O salário passou a ser depositado no décimo dia útil do mês. Atraso suficiente para fazer um estrago no orçamento das famílias que dependem desta renda para sobreviver.

Se não prevalecer na Justiça decisão favorável ao pagamento imediato, os aposentados e pensionistas só devem receber no dia 12 de maio, segundo previsão do governador em exercício, Francisco Dornelles, que assumiu o posto há menos de um mês (Luiz Fernando Pezão está licenciado por razões de saúde).

O próprio Dornelles reconheceu que o quadro econômico do Estado é "trágico". Diante do cenário adverso, 13 categorias de servidores estão em greve no momento, entre eles os professores. Todos já antecipam o próximo problema pela frente: o salário de abril.


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