Folha de S. Paulo


Teori estava insatisfeito com a lentidão da Procuradoria

Pedro Ladeira - 27.fev.2014/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 27-02-2014, 14h00: O ministro Teori Zavascki e o PGR Rodrigo Janot. Julgamento do mensalão no STF. Sob a presidência do ministro Ricardo Lewandowski, o julgamento dos recursos da ação penal 470 continua após a decisão sobre a não validade das penas do crime de formação de quadrilha para vários réus. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
Teori Zavascki e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot em julgamento de recursos do mensalão

O ministro Teori Zavascki tinha o hábito de tomar pequenas notas, nas quais comentava a dura vida que levava. Quem viu alguns desses papéis garante que as relações do ministro com o procurador-geral Rodrigo Janot não iam bem.

Teori estava insatisfeito com a lentidão da Procuradoria (chegou a mostrar isso numa rara entrevista) e dispunha-se a chutar o balde no fim de fevereiro, caso Janot não colocasse a papelada em dia.

Teori reclamou também da má qualidade de denúncias que o procurador lhe mandou. A primeira relacionada com o senador Renan Calheiros estava vazia. A de Delcídio do Amaral tinha um ponto cego.

SILÊNCIO DO MARUJO

Morreu o almirante da reserva Sergio Doherty. Foi-se embora em silêncio e em silêncio viveu. Levou consigo grandes histórias. Ele foi um dos responsáveis pela desarticulação das conspirações de militares indisciplinados contra a eleição e a posse de Tancredo Neves, em 1985.

Doherty não falou, mas o repórter Etevaldo Dias, com quem ele conversava, lembra de tudo.

A preguiça patrulheira da Comissão da Verdade listou Doherty entre as 377 pessoas envolvidas com a repressão política durante a ditadura. Doherty caiu na rede porque chefiou o Centro de Informações da Marinha de abril de 1984 a março de 1987. (Em abril 1984, cinco anos depois da promulgação da anistia, o Brasil já não tinha presos políticos, e de março de 1985 a março de 1987 o país tinha um governo civil.)


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