Folha de S. Paulo


Árvore de Natal

Neste ano, não consegui usar a minha tática da árvore de Natal alternativa. A comissão organizadora dos preparativos natalinos não aceitou os argumentos sobre o calor, a necessidade de reinvenção de padrões e nem mesmo o da grana curta.

Até então, costumávamos usar um arbusto que parecia um cacto fininho, meio parecido com um macarrão, como árvore de Natal.

Usávamos uns enfeites que herdamos da minha mãe, umas luzinhas e pronto: tínhamos uma árvore razoável, um pouco diferente e tal, mas com a nossa cara.

Neste ano, o chefe da comissão organizadora, Dr. Benjamim, bateu o pé e pediu uma árvore de Natal de verdade.

Andrés Sandoval
FOLHINHA - Ilustração da coluna Cafuné ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***

O problema é que o "de verdade" queria dizer uma árvore artificial, dessas de montar. Acabamos comprando uma dessas, que, apesar de ser a maior da loja, não era maior do que a do avô, como ele queria... Ainda tivemos que levar mais uns enfeites: papais noéis, bolas e figurinhas de madeira.

Por incrível que pareça, a comissão organizadora trabalhou junto e unida, sem grandes debates que pudessem atrasar a montagem da árvore. Também não houve nenhuma incompatibilidade de enfeites ou de luzinhas. Ficou tudo muito bonito.

Porém, a comissão não esperava que a árvore, pobre coitada, virasse o brinquedo favorito do gato Groucho, que se deita pendurado nos ramos mais baixos e derruba as bolas e luzes...


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