Folha de S. Paulo


Groucho

Chegamos à escola animados, era dia de novidade. Na véspera, uma moça da secretaria havia perguntado se queríamos um gato. Estávamos ensaiando a vinda de um bichano ao nosso lar havia um certo tempo --mas eu me prendia a detalhes a respeito do fato de morarmos em uma casa, de não termos rede de proteção nas janelas e dessas coisas com que as pessoas que têm gato costumam se preocupar.

Mas a pergunta veio no susto, e resolvi aceitar. E o gato veio --pequeno, macio e amedrontado. Eu também estava assim, mas o Benja sorria numa alegria só. Ele ainda não percebe a barra que é ser responsável por alguém. Isso só aprendemos com o tempo.

Andrés Sandoval
folhinha 7/12 legenda Ilustração Cafuné crédito Andrés Sandoval ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***

Quando Groucho (o bichano) chegou à nossa casa, eu não tinha ideia do que fazer. Passaram-se 20 minutos e... cadê? A porta estava aberta, será que o gato fugiu?! Durante uma hora, revirei a casa e o quintal para depois encontrar o jovem felino dormindo atrás da sacola da feira, na despensa. Ufa!

Depois ele começou a ronronar e eu achei que ele estava tendo um ataque de tremedeira, um piripaque... Agora, quando escuto o "motorzinho" dele, fico contente, achando que o bicho deve estar feliz com a nova família.

Como ele é gracioso quando pula e corre, quando a língua áspera faz cócegas ao lamber nossa mão e quando coloca uma cara de contente ao se aninhar no colo e dormir a sono solto! Perdi a contenda, estou completamente rendida ao novo morador da casa.


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