Folha de S. Paulo


Filhos e mães

Filho e afilhado brincam no chão geladinho. Os bonequinhos de Lego lutam em suas mãos. Os códigos das brincadeiras são parecidos, mas carregam algumas diferenças -afinal, um é paulista e o outro é pernambucano. Na hora do Beyblade, todo mundo fala "lerou-uip" igual.

Benjamim e Francisco se veem poucas vezes ao ano, geralmente quando o Fran passa por São Paulo na viagem entre Recife e Mar del Plata, na Argentina. Mas, desta vez, somos nós que estamos em sua cidade. Ele, orgulhoso, mostra ao amigo suas brincadeiras e as gatas Lupe e Filó.

Andrés Sandoval

Benja olha tudo encantado. Não é sempre que tem um amigo mais velho só para si, com brincadeiras e códigos de menino grande.

De vez em quando, rola um estresse, comum quando juntamos dois filhos únicos num mesmo ambiente. Mas o chamado de uma mãe ou de outra faz com que tudo volte ao normal.

Contentes, as mães olham os dois filhos brincando e veem a amizade que se estende num fio em espiral, de geração para geração, por causa da convivência e o carinho que compartilham. Os filhos às vezes não percebem como nós ficamos felizes com essa extensão de nossos relacionamentos.

Dizem que os amigos são a nossa família de escolha -com quem a gente decide conviver sempre. É bom ver quando essa família cresce, frutifica e se expande para a geração seguinte -como nos laços de sangue.


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