Folha de S. Paulo


O nulo no palanque

Fotomontagem
Marcelo Crivella e senador pelo PRB/RJ.2015 FOTO: DIVULGACAO ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***//RIO DE JANEIRO, RJ, 15-09-2016 - O candidato a prefeitura do Rio de Janeiro Marcelo Freixo durante um comicio no Largo da Carioca Foto: Mídia NINJA/dIVULGACAO ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Marcelo Crivella (esq) e Marcelo Freixo disputam o segundo turno para a Prefeitura do Rio de Janeiro

BRASÍLIA - Na reta final do segundo turno, o voto nulo virou tema central nas eleições do Rio e de Porto Alegre. A escolha de não escolher ninguém passou a inflamar o debate nas redes e a propaganda na TV.

Na capital gaúcha, o nulo ganhou status de candidato, com direito a jingle e até a passeata. Foi a resposta encontrada por eleitores de esquerda para uma disputa entre dois conservadores: Nelson Marchezan (PSDB) e Sebastião Melo (PMDB).

"Anula lá / Pegue um número aleatório e confirme depois / Anula lá / Eu prefiro votar no diabo do que nesses dois", prega o vídeo da campanha de protesto, que já soma mais de 200 mil exibições no Facebook.

A força do jingle tem preocupado o tucano e o peemedebista. "É a velha estratégia: se tu não consegue se defender e sair do meio da lama, tu joga lama em todos para dizer que todo mundo é igual", reclamou Marchezan, em entrevista a Paula Sperb.

"A pregação do voto nulo é negar a política. Negar a política é [promover] o surgimento de salvadores da pátria", endossou Melo.

No Rio, as pesquisas indicam uma avalanche de votos nulos na disputa entre Marcelo Crivella (PRB) e Marcelo Freixo (PSOL). Segundo o Datafolha, nada menos que 19% dos eleitores pretendem votar nulo ou em branco. Nas últimas duas eleições na cidade, o índice não ultrapassava os 9% na semana final da campanha.

Em desvantagem, Freixo mudou o discurso para tentar atrair quem não simpatiza com ele nem com o rival. "É muito importante que você não anule seu voto, não se anule", passou a repetir. Até aqui, o apelo não deu sinais de que vá funcionar.

Enquanto o candidato do PSOL tenta tirar os cariocas do muro, seu partido prega que os gaúchos permaneçam em cima dele. "O voto nulo não é nulo. Nem o branco é qualquer cheque em branco", diz uma nota da sigla. Por via das dúvidas, a psolista Luciana Genro passou parte do segundo turno no Rio, em busca de alguns votinhos para Freixo.


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