Folha de S. Paulo


Marta na mira

Bruno Santos/Folhapress
Marta Suplicy (PMDB) e Andrea Matarazzo (PSD) participam de evento de almoço no Secovi-SP
Marta Suplicy (PMDB) e Andrea Matarazzo (PSD) participam de evento de almoço no Secovi-SP

BRASÍLIA - Em segundo lugar nas pesquisas, Marta Suplicy (PMDB) virou o alvo da vez na eleição de São Paulo. No debate da TV Gazeta, a senadora foi atacada pelos quatro adversários que importam. Só escapou da mira do nanico Major Olímpio (SD), porta-voz da bancada da bala.

Marta levou o primeiro disparo logo no início do programa. Um jornalista quis saber por que ela escolheu se filiar ao PMDB, partido de Renan Calheiros e Eduardo Cunha, após se dizer cansada da corrupção no PT.

A senadora tentou desconversar, mas foi chamada de "incoerente" por Luiza Erundina (PSOL). "Não sei que tipo de combate à corrupção ela pretende fazer", ironizou a deputada. "O PMDB é o partido do Cunha. Não há figura mais abjeta", atacou.

O prefeito Fernando Haddad (PT) citou a máfia do ISS para criticar a aliança de Marta com Gilberto Kassab (PSD). Em outro momento, sugeriu que a rival "mudou de lado" por oportunismo —ela se elegeu pelo PT e foi ministra de Dilma Rousseff, mas votou a favor do impeachment.

O estreante João Doria (PSDB) foi mais direto: "Sua gestão fracassou. Você não foi reeleita porque não fez uma boa gestão". Celso Russomanno (PRB), cuja sigla apoia o governo Temer, usou a proposta de reforma trabalhista para desgastar a senadora.

Alvejada por todos os lados, Marta se defendeu como pôde. Veterana em eleições, ela aposta na experiência para não derreter na reta final.

Em quarto e quinto lugares, Haddad e Erundina não têm alternativa a não ser atacar a senadora. O caso do prefeito é o mais dramático. A duas semanas da eleição, ele patina no eleitorado mais pobre, que sempre impulsionou os candidatos do PT.

Na faixa de renda familiar de até dois salários mínimos, Haddad tem apenas 6% no Datafolha. Marta aparece bem à frente, com 27%. Aliados admitem que o petista paga o preço por não ter deixado uma marca forte na periferia. Marta saiu da prefeitura há 12 anos, mas ainda é lembrada pelo Bilhete Único e pelos CEUs.


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