A plataforma de pedra calcária na qual o corpo de Jesus Cristo teria sido depositado após sua morte na cruz foi exposta pela primeira vez em pelo menos cinco séculos por um grupo de pesquisadores gregos, que estão trabalhando na restauração de estruturas da Basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém.
Segundo a tradição cristã, Jesus foi enterrado numa caverna nos arredores de Jerusalém a qual, mais tarde, deu lugar à igreja. Desde pelo menos 1555, e talvez ainda antes disso, a laje de pedra sobre a qual o corpo de Cristo teria sido colocado recebeu uma cobertura de mármore. Agora, o grupo liderado por Antonia Moropoulou, da Universidade Nacional Técnica de Atenas, retirou essa tampa e deve analisar o material depositado debaixo dela.
As informações são do site da National Geographic, que está ajudando a financiar os trabalhos junto com representantes de seis grupos cristãos (católicos romanos, ortodoxos gregos, ortodoxos armênios, coptas, ortodoxos etíopes e ortodoxos siríacos).
O trabalho é necessário porque há dúvidas quanto à integridade da estrutura da chamada "Aedicula" (em latim, algo como "casinha", como a palavra "edícula"). Essa pequena construção no meio da basílica recobre o que seria o local exato do sepultamento de Jesus e foi afetada por um terremoto nos anos 1920, depois de ser reconstruída no começo do século 19 após um incêndio.
"As técnicas que estamos usando para documentar esse monumento único permitirão que as pessoas examinem nossas descobertas como se elas próprias estivessem no túmulo de Cristo", disse Moropoulou.
A igreja e seus arredores já passaram por inúmeras reformas desde o século 4º d.C., quando o imperador romano Constantino mandou construir o santuário pela primeira vez, após liberar o culto cristão e aderir à nova fé.
Apesar da identificação tradicional do local com o túmulo de Jesus descrito nos Evangelhos, há historiadores que questionam a ideia de que Cristo teria recebido uma sepultura formal, uma vez que o costume romano era deixar o corpo de condenados à crucificação pendurado na cruz por vários dias e depois lançá-lo em uma vala comum.