Folha de S. Paulo


Cientistas acham mais antigo indício da chegada dos macacos na América do Norte

Cientistas dos EUA, Panamá e Bolívia encontraram o que pode ser o mais antigo indício da chegada dos macacos na América do Norte.

A evidência é constituída apenas por sete dentes fossilizados. É a partir deles que foi descrito o mais novo macaco do Novo Mundo, o Panamacebus transitus (ou seja, nunca subestime a capacidade dos paleontólogos).

O nome é uma referência à família primata dos cebídeos e também ao Panamá, onde os dentes foram achados. Já a segunda metade se refere à peculiar dispersão que aconteceu há alguns milhões de anos. Nesse passado remoto, macacos já se espalhavam em grande parte da América. Somente 3,5 milhões de anos atrás, no entanto, os bichos poderiam ter migrado por terra, graças ao surgimento do istmo do Panamá, porção de terra antes submersa.

Nunca foi encontrado nenhum outro fóssil de macaco na América do Norte ou Central, daí a importância da descoberta. Com o Panamacebus transitus, esse quebra-cabeça fossilizado adquire uma imagem um pouco mais clara

Segundo os autores, o macaco de 2,7 kg seria uma evidência de que os primatas do Novo Mundo se espalharam pelo mar do Caribe.

Eles sugerem que o movimento dos macacos ao norte estaria limitado mais por características evolutivas e diferenças entre as espécies do que por grandes mudanças no clima ou pela existência de barreiras geográficas.

A família dos cebídeos ainda persevera na natureza e o macaco capuchinho é um de seus exemplares.


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