Folha de S. Paulo


Busca por navio que naufragou com escravos levou dez anos

Segundo o "The New York Times", a busca do Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana (NMAAHC) pelos destroços de um navio negreiro já durava dez anos.

De acordo com o jornal, os pesquisadores do NMAAHC procuravam uma embarcação relacionada ao tráfico de escravos dentro dos Estados Unidos.

Joao Silva - 30.mai.2015/The New York Times
Fortaleza de São Lourenço, próximo à Ilha de Moçambique, próximo de onde foi encontrado o navio
Fortaleza portuguesa de São Lourenço, próximo à Ilha de Moçambique, onde escravos eram vendidos

Mas o foco mudou em 2010, quando Jaco Boshoff, um arqueologista marítimo ligado ao museu sul-africano Iziko, entrou em contato com os membros do museu americano.

Até então, pensava-se que os destroços do São José Paquete na verdade pertenciam a um navio mercante holandês, que teria afundado na região, uma área notória por naufrágios, em 1756.

Após mergulhos em que encontrou peças de cobre incomuns para navios do meio do século 18, Boshoff debruçou-se sobre documentos até encontrar um testemunho do capitão Manuel João, que comandava o São José, onde ele relatava cenas do naufrágio.

Segundo João, o navio se aproximou da costa para fugir de uma tempestade, mas acabou se chocando contra rochas e ficando preso entre dois recifes.

O capitão ainda relata que os mais de 200 escravos salvos do naufrágio, assim como a tripulação e ele próprio, foram enviados ao continente em barcos salva-vidas.

Por causa do mar turbulento, os pequenos barcos não conseguiram retornar, e os escravos restantes esperaram por horas até que o navio afundasse.


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