Folha de S. Paulo


Droga contra o ebola em teste nos EUA usa folha de tabaco

Internados em uma unidade de isolamento especial em Atlanta, dois americanos infectados com o ebola parecem responder bem a um medicamento experimental desenvolvido por uma empresa obscura ligada ao Departamento de Defesa dos EUA.

Como e por que os dois receberam a droga ZMapp é um dos mistérios envolvendo o chamado "sérum secreto". Os americanos foram os únicos pacientes tratados com o remédio, o que traz dúvidas sobre quem pode ter acesso a terapias experimentais.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) afirmou que vai reunir um painel de especialistas em ética médica na próxima semana para discutir o uso dessas drogas na África. Hoje, não há drogas ou vacinas aprovadas para os infectados pelo ebola, mas há opções em desenvolvimento.

O ZMapp foi testado em macacos e mostrou certa eficácia. Pouco antes do surto, a empresa Mapp estava prestes a começar testes maiores de toxicidade em animais.

Quão rapidamente a droga poderá ser produzida em larga escala vai depender da empresa Reynolds American, onde a droga é produzida usando folhas de tabaco.

O ZMapp usa uma abordagem chamada de imunoterapia passiva, que oferece os anticorpos "prontos" em vez de estimular o sistema imune a produzi-los. A fabricação deles começa com a exposição de ratos a uma proteína do ebola. Esses anticorpos são então modificados para que se tornem 'humanos'. O gene para cada um deles é introduzido nas folhas de tabaco, que produzem o anticorpo oferecido aos pacientes.

A Mapp discute como aprovar a droga rapidamente, e é provável que ela seja testada em pacientes, em vez de voluntários saudáveis.


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