A COP21, conferência da ONU sobre o clima, termina nesta sexta (11), em Paris.
O encontro na capital francesa busca, por meio de uma série de debates, concluir um acordo que ajude a frear as mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global.
Esses impactos afetam diretamente algumas atrações turísticas de grande visitação espalhadas pelo mundo –não só as naturais.
Com o impasse dominando as discussões na capital francesa, o "Turismo" selecionou alguns dos destinos que, segundo relatórios da Unesco e do WWF, estão ameaçados pelo aquecimento global. Veja quais são –e eventualmente programe sua viagem antes que cada um desapareça.
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A Grande Barreira de Corais (Austrália)
David Gray-9.jun.2015/Reuters | ||
Turistas fazem snorkeling em lagoa da ilha Lady Elliot, na região da grande barreira de corais australiana |
As emissões de carbono afetam diretamente, além do ar, os oceanos também. E, nesse cenário, com a mudança da acidez e da temperatura dos mares, recifes de coral estão entre as estruturas que mais sofrem.
Outros pontos marinhos ricos em biodiversidade, como o parque nacional Komodo, na Indonésia, e o arquipélago de Fernando de Noronha (PE), também estão entre potenciais afetados pelas mudanças que impactam a barreira de corais australiana.
Ruínas de Chan Chan (Peru)
Xinhua-19.out.2013 | ||
Porção das ruínas de Chan Chan, em Trujillo, no norte do Peru |
O complexo arqueológico peruano –menos conhecido que as ruínas de Machu Picchu, mas também inscrito na lista de patrimônios da humanidade– está sob risco por causa da erosão e do aumento da umidade e do crescimento de vegetação na região.
Os impactos têm relação direta com o aumento no índice de chuvas na porção norte do Peru –uma das consequências de fenômenos climáticos como o El Niño.
Veneza (Itália)
Pierre Teyssot-27.set.2014/AFP | ||
Gondoleiro em canal vizinho ao hotel Aman, em Veneza, na Itália |
Ainda que a praça São Marcos tomada por água não seja propriamente uma paisagem estranha à cidade, um dos principais destinos turísticos italianos, enchentes são cada vez mais comuns –reflexo, por exemplo, do aumento do nível do mar Mediterrâneo.
Se o nível de "afundamento" da cidade se mantiver, ela estará 54 centímetros mais baixa em 2100 e poderá viver permanentemente sob a água.
Outros núcleos urbanos com impacto semelhante incluem Londres (em seu centro, a City, rodeado pelo rio Tâmisa) e Praga.
Maldivas
Roberto Schmidt-3.nov.2015/AFP | ||
Vista aérea da ilha de Male, a capital e um dos principais centros das Maldivas |
As ilhas no oceano Índico, a exemplo de outras pequenas nações de geografia semelhante, como Kiribati, também estão ameaçadas pelo avanço do nível do mar.
O país anunciou, em novembro, que vai criar um fundo de investimentos para comprar terras em outros locais para seus 300 mil habitantes. Kiribati também já declarou que o aquecimento global tem tornado o país inabitável e pediu ajuda para encontrar um novo lar para os nativos.
A subida no nível do mar pode inundar grandes porções de terra e inviabilizar o consumo de água potável, com a invasão da água salgada nos reservatórios locais.
Alpes europeus
Arnd Wiegmann-23.nov.2015/Reuters | ||
Barco sobre as águas do lago Zurich, na região dos Alpes suíços |
A cadeia montanhosa, lar de paisagens estonteantes para trilhas e de inúmeras estações de esqui (que atraem 80 milhões de turistas por ano), esquenta até três vezes mais do que a média global, segundo alguns estudos.
Com isso, os glaciares têm ficado menores (há quem diga que podem desaparecer até 2050), as plantas típicas, rareado e a neve caído por menos tempo –o que força mudanças nas estações, que já começam a usar neve artificial e a criar atrações paralelas, como um parque aquático indoor
Outras regiões, como o Alasca (EUA) e o parque nacional Glacier, em Montana (EUA), também sofrem com os mesmos impactos.
Monte Kilimanjaro (Tanzânia)
Tony Karumba-13.nov.2015/AFP | ||
Vista do entardecer próxima ao monte Kilimanjaro, na Tanzânia |
A exemplo do que se dá nos Alpes Europeus, montanhas permanentemente geladas, mas não necessariamente ligadas a esportes de neve, têm seus glaciares ameaçados pela elevação de temperaturas causada pelo aquecimento global.
É o caso do monte Kilimanjaro (que tem neve em seu topo há pelo menos 10 mil anos, mas cuja cobertura já foi 80% perdida), do monte Kenya (no Quênia), do Ilulissat Icefjord (Dinamarca) e do parque nacional Sagarmatha, no Nepal.