Folha de S. Paulo


Óculos da Samsung levam usuário a novos universos, mas são confusos; veja teste

Os óculos de realidade virtual Gear VR, da Samsung, devem ser os primeiros aparelhos desse tipo a desembarcar no Brasil (sem contar o Cardboard, os óculos de realidade virtual de papelão do Google, cujo projeto pode ser livremente baixado e copiado). O produto da Samsung chega ao país na segunda semana de dezembro, por R$ 800. A Folha testou os óculos.

Veja 7 coisas que você precisa saber se você nunca experimentou a realidade virtual:

1. É uma experiência surpreendente

Vídeo - Realidade virtual

Se você nunca usou óculos de realidade virtual, o Gear VR vai surpreender. A reportagem da Folha foi à avenida Paulista para que as pessoas testassem o aparelho, que realmente convence o usuário de estar em uma outra realidade.

2. E também uma experiência confusa

Divulgação

É comum se sentir um pouco perdido assim que se colocam os óculos. Além do ambiente que muda, a interface é algo atrapalhada. Há um touchpad do lado direito dos óculos, em que se pode tocar e deslizar os dedos, mas sem enxergar fica difícil de achá-lo e de usá-lo. O aparelho se beneficiaria com controles mais "táteis".

3. Alguns conteúdos impressionam

Cirque du Soleil

A loja on-line da Samsung traz, segundo a empresa, cerca de 150 conteúdos, inclusive gratuitos. Uma apresentação do Cirque du Soleil transporta o usuário para dentro do palco pode impressionar: personagens fazem acrobacias ao redor e conversam com o espectador. Também há algumas demonstrações legais, como a do filme "Avengers", da Marvel.

4. Outros, nem tanto

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Há muito conteúdo de mera demonstração que faz com que o usuário se desencante em pouco tempo. Outros chegaram à plataforma cedo demais. O aplicativo do Netflix, por exemplo, transporta o usuário, que está sentado no sofá de casa, para um sofá em outra casa. Fica difícil ver razão para usar os óculos por quase duas horas quando a experiência de ver um filme sem eles seria a mesma. Claro, ainda não há filmes em realidade virtual, mas poderia ser melhor esperar em vez de entregar um aplicativo mal pensado.

5. A autonomia não vai deixar na mão

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Processar conteúdo de realidade virtual demanda muito do hardware e seria de se esperar que a bateria se esgotasse rapidamente, menos do que o tempo para se ver um longa-metragem, talvez. Mas, com o Galaxy S6 completamente carregado, foram possíveis mais de três horas de uso contínuo. Há também a possibilidade de conectar os óculos a uma entrada USB e alimentar o celular sem ter que retirá-lo do aparelho.

6. Você vai precisar de um celular caro

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O Gear VR foi projetado mais ou menos como o Cardboard, os óculos de realidade virtual de papelão do Google. Para funcionar, é preciso encaixar um smartphone, que forncece a tela e o processamento necessários. O aparelho da Samsung proporciona uma experiência de qualidade melhor que o sistema de baixíssimo custo do Google, é verdade, mas exige que o usuário tenha um celular topo de linha da empresa coreana, como o S6 Edge ou o Note 5, que custam acima de R$ 2.000.

7. O preço pode não ser tão alto, mas há de se fazer as contas

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No Brasil, o Gear VR vai chegar por R$ 800, o que deve ser menos do que aparelhos dedicados que não precisam de celulares como o Rift e o Playstation VR, ainda sem data de lançamento. Mas a necessidade de um smartphone topo de linha pode elevar o custo se o usuário já não for um adepto das tecnologias mais avançadas (e mais caras). Isso não pareceu ser um problema para as pessoas entrevistadas pela Folha na avenida Paulista. Mesmo informadas do preço, todas elas disseram que comprariam os óculos.


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