Folha de S. Paulo


Ascensão e queda de Delcídio do Amaral em 15 notícias

Bruno Henrique/Correio do Estado
Mato Grosso do Sul, Brasil - 25.11.2015 - A Polícia Federal prendeu na manhã desta quarta-feira (25) o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), líder do governo no Senado. Segundo investigadores, o senador foi preso por estar atrapalhando apurações da Operação Lava Jato. Obs>Escritório Delcidio Foto:Bruno Henrique/Correio do Estado ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Polícia Federal prendeu o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), líder do governo no Senado, na manhã desta quarta (25)

Preso na manhã desta quarta (25), o líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral, foi ministro de Minas e Energia do governo Itamar Franco, diretor da Petrobras e candidato ao governo de Mato Grosso do Sul. Filiado ao PT em 2001 por indicação de José Dirceu e Lula, Delcídio foi também relator da CPI dos Correios, que apurou casos ligados ao mensalão.

Suspeitas de corrupção envolvendo o senador datam de, pelo menos, 1999, quando foi condenado pelo TRF da 4ª Região por crime de improbidade administrativa. A acusação era de que Delcídio, enquanto ministro, recebia como diretor-financeiro da Eletrosul (cargo que ocupava desde 1991). A condenação foi suspensa pelo STJ.

Confira os principais 15 acontecimentos envolvendo Delcídio desde 2003.

Petrobras pagou a empresas dívidas de MS (19.fev.2003)

Petrobras pagou R$ 16 milhões em dívidas do governo de Mato Grosso do Sul para 14 empresas. À época das irregularidades, Delcídio do Amaral Gomez era secretário de Infraestrutura da estatal. Mais tarde, se tornou diretor de Gás da Petrobras.

Delcídio bate boca com oposição (24.ago.2005)

Presidente da CPI dos Correios, o senador (PT-MS) Delcídio do Amaral foi acusado pela oposição de obstruir os trabalhos para favorecer o governo. Pouco antes, reportagem mostrou que ele seria responsável por prejuízos de R$ 2 milhões na Petrobras.

Jorge Araújo - 15.jun.2005/Folhapress
Brasilia (DF))-15 de junho/2005/Eleito o presidente da CPI dos Correios com eleição de presidente,vice e relator Osmar Serraglio(PMDB) Delcidio Amaral(PT) (gravata vermelha e Maguito Vilella(PMDB) o vice /Foto Jorge Araujo/Folha Inagem
Sessão da CPI dos Correios

Presidente da CPI tem vínculo com Dirceu (16.jun.2005)

Delcídio se filiou no PT em 2001 por influência de José Dirceu e Lula. Ele entrou para o Senado em 2003 e tornou-se líder do PT na Casa.

Pedro Ladeira - 14.mai.2015/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 14-05-2015, 15h00: O presidente do senado federal senador Renan Calheiros (PMDB-AL) recebe para almoço o ex-presidente Lula, o líder do governo no senado senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e o senador Edison Lobão (PMDB-MA), na residência oficial da presidência do senado. Lula tenta uma reaproximação com Renan e com o PMDB. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
Renan Calheiros (PMDB-AL) recebe para almoço o ex-presidente Lula, o líder do governo no senado senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e Edison Lobão (PMDB-MA) Renan e com o PMDB

Terão de me "sangrar" para me tirar do PT, diz Delcídio (8.abr.2006)

Eleito presidente da CPI dos Correios depois de indicação de Lula, Delcídio do Amaral sofreu desgaste entre os membros do PT por ter mantido no relatório da comissão a afirmação de que o mensalão existiu. Delcídio, entretanto, já havia afirmado anteriormente que, assim como Lula, não sabia do esquema, e disse estar surpreso com o grau de complexidade. Disse que chegou a cogitar sair do PT, mas voltou atrás e prometeu um livro sobre sua atuação na CPI.

Tuíte do senador Delcídio do Amaral

Fornecedores da Petrobras doaram R$ 2,5 mi a petistas (21.nov.2006)

A campanha de Delcídio para o governo de Mato Grosso do Sul em 2006 recebeu R$ 700 mil em doações da empreiteira UTC, que hoje se sabe estar envolvida no petrolão.

Para petistas, Zeca do PT fez dossiê falso e quis incriminá-los (9.nov.2007)

Em livro apreendido, o Ministério Público encontrou anotações que indicariam pagamento de caixa dois. O livro-caixa foi encontrado na casa da secretária do ex-governador de Mato Grosso do Sul Zeca do PT e trazia registros referentes aos anos de 2004 e 2005. O nome de Delcídio aparece ligado a pagamentos de R$ 25 mil por mês. Ele, porém, negou as acusações e chamou o livro de dossiê falso.

Alstom pagou propina à Petrobras, diz testemunha (29.mai.2008)

Reportagem revela que em 2002 a Procuradoria da República no Distrito Federal propôs uma ação contra Delcídio por abuso de poder econômico. A suspeita era de que recursos de origem ilícita tenham sido usados em sua campanha ao Senado em 2002. O senador negou as acusações. A ação foi arquivada.

Pedro Ladeira - 20.out.2015/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 20-10-2015, 19h00: O senador Delcídio Amaral (PT-MS), líder do governo no senado. Plenário do senado federal durante sessão deliberativa. O presidente Renan Calheiros (PMDB-AL) preside a sessão. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
Delcídio do Amaral (PT-MS) em sessão no Senado

Sarney usa ato secreto para criar cargo para sobrinha (14.jun.2009)

Em boletim secreto, o então presidente do Senado, José Sarney, nomeou sua sobrinha para um cargo na Casa. Vera Borges integrava o gabinete de Delcídio, em Campo Grande. Funcionários do gabinete disseram não conhecê-la. Delcídio disse que não sabia do parentesco da moça com Sarney.

Planalto fez gestão para poupar Lulinha (30.jul.2012)

Relatório final da CPI dos Correios, da qual Delcídio foi presidente, suprimiu trechos que citavam Fábio Luis da Silva, filho de Lula. Na época, Delcídio se esquivou e disse que houve pressão para que o nome de Lulinha fosse retirado do documento, mas não revelou de quem deu ordem.

Tuíte do senador Delcídio do Amaral

Disputa ao governo de MS é a mais cara do país (20.set.2014)

Candidato ao governo de Mato Grosso do Sul em 2014, Delcídio teve uma das campanhas mais caras do país. Foi o segundo do PT em gastos — ficou atrás de Alexandre Padilha, que concorria ao cargo de governador em São Paulo. Delcídio perdeu a disputa no segundo turno para o tucano Reinaldo Azambuja. Entre os partidos que apoiaram a sua candidatura está o PSOL.

Tuíte do senador Delcídio do Amaral, então candidato ao governo de MS

Dilma acelera distribuição de cargos para remontar base aliada (28.abr.2014)

Em abril do ano passado, Dilma escolheu Delcídio para ser o novo líder do governo no Senado. A escolha agradou ao vice-presidente Michel Temer.

Procuradoria tinha mais motivos para investigar Delcídio Amaral, diz Cunha (9.mar.2015)

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, arquivou o pedido de investigação contra Delcídio por suspeitas de irregularidades ligadas à Operação Lava Jato.

Pedro Ladeira - 20.out.2015/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 20-10-2015, 19h00: O senador Delcídio do Amaral (PT-MS), líder do governo no senado. Plenário do senado federal durante sessão deliberativa. O presidente Renan Calheiros (PMDB-AL) preside a sessão. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
Delcídio do Amaral (PT-MS), líder do governo no Senado, foi preso nesta quarta (25)

Acesse a íntegra dos depoimentos da delação de Paulo Roberto Costa (11.mar.2015)

Em delação premiada, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa relata pagamento de propina a Delcídio.

Delcídio e Renan trocam acusações sobre indicação na Petrobras (20.mar.2015)

A indicação de Nestor Cerveró para diretoria Internacional da Petrobras foi motivo de atrito entre Delcídio e Renan Calheiros (PMDB-AL). O também ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa já havia afirmado que teria ocupado o cargo por indicação de Delcídio. "O senador foi diretor de gás e energia da Petrobras entre 1999 e 2001, no segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso. Nesse período, Nestor Cerveró foi o principal assessor de Delcídio. Paulo Roberto Costa também trabalhou na Petrobras com o atual senador: era gerente de logística. "

Pedro Ladeira - 13.jul.2015/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 13-07-2015, 16h00: O líder do governo no senado senador Delcidio doAmaral (PT-MS). Sessão plenário no Senado federal durante votação da MP 671, a MP do Futebol. O presidente do senado Renan Calheiros (PMDB-AL) preside a sessão. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
Delcídio do Amaral conversa com Renan Calheiros

Delator diz que entregou US$ 1 milhão a amigo de infância de senador do PT (16.nov.2015)

O lobista Fernando Soares, o Baiano, disse em delação premiada que pagou US$ 1 milhão para Delcídio do Amaral por meio de um amigo de infância do senador. O petista negou as acusações. Baiano já havia acusado Delcídio de receber propina por um contrato de um navio-sonda.


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