Folha de S. Paulo


Comparamos o serviço de música de Jay-Z a 3 grandes rivais

O Tidal, serviço de streaming de música do cantor Jay-Z, chegou ao Brasil nesta terça-feira (29), oferecendo uma biblioteca de cerca de 35 milhões de músicas e, principalmente, destaque para os vídeos.

Ele chega em um mercado cheio de boas opções e dominado pelo Spotify, que deve passar a oferecer mais vídeos nas próximas atualizações.

E a Apple, percebendo a força desse mercado, lançou em julho o Music, seu serviço de streaming, que causou polêmica antes mesmo de entrar no ar por não pagar royalties aos cantores durante o período em que o serviço podia ser testado gratuitamente.

Confira uma comparação entre os principais serviços de streaming de música:

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O Apple Music mistura rede social, rádio, áudio e vídeos

QUALIDADE DA MÚSICA

Spotify: A qualidade da música do Spotify é boa, com taxa de compressão de 320 kbps (formato OGG, uma alternativa ao MP3), inferior à qualidade do som do CD.

Tidal: A rede de Jay-Z é a única a oferecer som em qualidade de CD no Brasil (taxa de até 1.411 kbps, em formato FLAC), embora seja mais caro (R$ 29,80 por mês contra R$ 14,90 do serviço comum). Som com maior definição, porém, também significa maior uso do pacote de dados (quando conectado à rede celular) e de espaço no armazenamento interno.

Deezer: No serviço pago, o áudio é em alta qualidade –até 320 kbps, como na concorrência, salvo o Apple Music.

Apple Music: O serviço consegue oferecer músicas de boa qualidade. A taxa de compressão é de 256 kbps e o formato é AAC, privado da companhia.

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O Spotify oferece opção "running" para sincronizar a música com ritmo dos exercícios

FUNCIONALIDADES

Spotify: Há opções de playlists temáticas, como "para relaxar", "para comer" e "para dormir". Embora o serviço também ofereça uma coletânea de músicas para exercícios, ele tem uma ferramenta própria para quem costuma usá-lo ao se exercitar, o running. Nela, a pessoa coloca qual o seu ritmo de corrida, que é sincronizado com o da música. O problema é que é preciso estar conectado à internet para que ele funcione, exigindo pacote de dados ou que a academia tenha wi-fi liberado para os frequentadores.

Tidal: Uma diferença com relação ao Spotify está no acesso às playlists: as coletâneas temáticas e por gênero estão em abas diferentes, e não numa mesma, como no concorrente. Apesar de deixar mais organizado, obriga o usuário a decidir de antemão qual será a forma de ouvir a música.

Há outras ferramentas exclusivas do Tidal, como o Rising, uma série de vídeos e entrevistas que promovem novos talentos, e o Discovery, na qual artistas independentes podem colocar suas músicas no serviço para divulgar o seu trabalho. O programa ainda oferece a seus membros acesso a músicas, vídeos, ingressos e produtos.

Deezer: Entre os serviços de streaming, é o que melhor faz sugestões de músicas e de playlists ao usuário, a partir do sistema Flow. Nele, o serviço analisa o que a pessoa tem escutado e sugere novas bandas e cantores com estilos parecidos. Apesar de conseguir entender o que o usuário gosta de ouvir, o Deezer deixa a desejar na organização de sua coletânea próprias. A exemplo do Spotify, as playlists estão misturadas entre temáticas (como "ir com calma" e "aumentar a disposição", oferecidas em um número mínimo) com as de gêneros musicais.

Para quem busca sugestões, a home do Deezer é mais organizada que as dos concorrentes. Ela lembra uma "timeline" de rede social. O serviço também oferece opção para compartilhar playslists em outras redes ou "embedá-los" em outros sites.

Apple Music: Quando a Apple decidiu entrar no mercado dos serviços de streaming de músicas, a empresa apostou em oferecer ao usuário um serviço completo, integrando, além das canções, um sistema com rede social, vídeos e transmissão de shows.

Como em qualquer produto lançado pela empresa, é preciso de um pouco de prática para aprender todas essas funções. Depois, basta deslizar o dedo pela tela do iPhone ou do iPad para poder, por exemplo, abrir uma notícia sobre uma música de sua banda favorita e já reproduzi-la. Da mesma forma, dá para assistir vídeos.

O rádio também funciona. A Beats 1 tem conteúdo próprio, nem sempre musical. Como em uma estação convencional, não dá para pular a música ou voltar a um programa que já tenha sido transmitido.

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O Tidal aposta em vídeos

VÍDEOS

Spotify: O serviço, concentrado em músicas, ainda não tem sistema de vídeos, embora eles devam ser integrados nas próximas atualizações do Spotify. O sistema ainda deve lançar uma função que permite ao usuário ler notícias sobre seus ídolos musicais e até comprar ingresso para um show próximo ou produtos licenciados.

Tidal: Enquanto o Spotify ainda está desenvolvendo o seu sistema de filmes, o Tidal coloca essa opção em destaque na home. É uma opção inteligente, já que os vídeos musicais representam uma fatia considerável da audiência do YouTube.

O problema é que é preciso ter uma boa conexão. No teste feito pela Folha, alguns vídeos travaram na hora de carregar na horizontal, certamente exigindo do pacote de dados dos usuários. Os clipes não se limitam apenas à música: há, por exemplo, uma entrevista com Jérôme Boateng, jogador de futebol alemão.

Deezer: Quando o assunto é vídeo, o sistema tem uma falha: apesar do destaque a conteúdo como as trilhas sonoras de longas da Disney ("Frozen", por exemplo), não há filmes.

Apple Music: O serviço permite ver shows inteiros –há até transmissões de apresentações ao vivo–, ainda que a maioria tenha sido em eventos da própria Apple. Também dá para assistir aos clipes das bandas.

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O Deezer sugere, na ferramente Flow, músicas para o usuário com base no seu histórico

RECOMENDAÇÕES

Spotify: Um ponto forte do Spotify é permitir que o usuário monte e compartilhe sua própria playlist. Ou seja, nada melhor que confiar nas indicações de um amigo, por exemplo, na hora de escolher o que ouvir.

Tidal: Não é fácil encontrar o botão de recomendações no aplicativo. É preciso clicar em "Novidades", "Veja mais" e deslizar a tela. No teste pela Folha, apenas músicas mais atuais eram recomendadas, ainda que misturassem estilos como o pop de Britney Spears com o rock potiguar de Far From Alaska.

Deezer: Entre os serviços de streaming, é o que melhor faz sugestões de músicas e de playlists ao usuário, a partir do sistema Flow. Nele, o serviço analisa o que a pessoa tem escutado e sugere novas bandas e cantores com estilos parecidos.

Apple Music: A ferramenta "Para você" é bagunçada, e não há hierarquização do conteúdo. Para o usuário que busca novas músicas para ouvir, é mais interessante acessar as rádios ou perder algum tempo no Connect, a rede social em que as bandas falam com os fãs.

O único problema dessa ferramenta é que ela parece ter sido esquecida pelos artistas. Alguns grupos e cantores não atualizam há meses suas páginas. Talvez pela facilidade das outras redes sociais, o Music.

PREÇO

Spotify: Os três primeiros meses custam R$ 1,99 cada. Depois, são cobrados R$ 14,90 mensais.

Tidal: Há duas faixas de preço, de R$ 14,90 (áudio padrão) e de R$ 29,80 por mês (qualidade de som de CD). No primeiro mês, brasileiros poderão usar o serviço gratuitamente –é preciso cancelá-lo depois para que as faturas não comecem a chegar.

Deezer: Custa R$ 14,90 por mês, com os primeiros 30 dias grátis.

Apple Music: US$ 4,99 por mês (cerca de R$ 20) ou US$7,99 (R$ 32) no plano familiar.


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