Folha de S. Paulo


Veja as ações que mais sobem e as que mais caem em 2015

Ações de empresas exportadoras, cujas receitas se beneficiaram da valorização de 20% do dólar no ano, estão entre as maiores altas do Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, em 2015.

Na outra ponta, o cenário específico de cada companhia pesou na relação das cinco maiores desvalorizações do ano.

Qualquer pessoa pode investir no mercado de ações. Para isso, primeiro é preciso ter conta em uma corretora ou em um banco. A abertura da conta não envolve custos, mas há cobrança de taxas, como de corretagem e custódia, para cada operação de compra e venda.

É importante se informar sobre as perspectivas do setor e das influências do exterior antes de comprar os papéis de uma empresa. O investidor com dúvida deve pedir ajuda à corretora ou ao banco para avaliar as informações de interesse.

Planejadores financeiros recomendam ao pequeno investidor, que geralmente tem menos tempo para acompanhar o mercado, ter sempre foco no retorno de longo prazo (de três a cinco anos, no mínimo). Além disso, também é preciso diversificar o portfólio de investimentos com outras opções, como títulos públicos, por exemplo.

Confira, na lista abaixo, as cinco maiores altas e as cinco piores quedas do Ibovespa em 2015, até maio.

MAIORES ALTAS

1 - Suzano (papel e celulose)

Os papéis da empresa lideram as valorizações do Ibovespa em 2015 e sobem 48,3%, para R$ 16,68, ajudados pela valorização do dólar. Como a empresa é exportadora, boa parte de sua receita é em dólar, e a alta da moeda americana favorece a companhia.

Jefferson Coppola/Folhapress
Funcionrios da Suzano Papel e Celulose em meio a bobinas de papel carto da linha de acabamento
Funcionrios da Suzano Papel e Celulose em meio a bobinas de papel carto da linha de acabamento

2 - Renner (varejo)

As ações da empresa acumulam ganho de quase 40% no ano, para R$ 107,05, com o aumento de 25% das vendas no primeiro trimestre do ano na comparação com o mesmo período de 2014. A empresa apostou em um modelo que tenta reproduzir as roupas que fazem sucesso nas passarelas em suas lojas e que tem se mostrado bem-sucedido.

Moacyr Lopes Junior/Folhapress
Pedestres passam em frente a loja da Renner na Avenida Paulista, em São Paulo
Pedestres passam em frente a loja da Renner na Avenida Paulista, em São Paulo

3 - JBS (alimentação)

Os papéis da empresa sobem 39,3% em 2015, para R$ 15,60. A empresa se destaca por ser a maior produtora de frango e carne bovina nos EUA, e, por isso, é beneficiada por um aumento da cotação do dólar.

Pablo Porciuncula/AFP
Gados aguardam enfileirados antes de serem abatidos
Gados aguardam enfileirados antes de serem abatidos

4 - Petrobras - ações ordinárias (petróleo e gás)

Os papéis com direito a voto da empresa têm ganho de 38,2% no ano, para R$ 13,25. A alta foi impulsionada principalmente após a companhia informar que não pagará dividendos (distribuição de parte do lucro aos acionistas) referentes a 2014, quando teve prejuízo de R$ 21,6 bilhões. Com isso, as ações preferenciais –que têm preferência na distribuição de dividendos– perderam atratividade entre os investidores.

Marcelo Sayao/Efe
Plataforma de petróleo da Petrobras no Rio de Janeiro
Plataforma de petróleo da Petrobras no Rio de Janeiro

5 - Fíbria (celulose)

Exportadora, assim como a Suzano, os papéis da Fíbria acumulam ganho de 34,5% em 2015, para R$ 43,74, também impulsionados pela valorização da moeda americana no ano. Com isso, a receita da companhia é beneficiada.

Danilo Verpa - 5.set.2012/Folhapress
Estocagem de celulose na indústria da Fibria, na cidade de Três Lagoas, interior do Mato Grosso do Sul
Estocagem de celulose na indústria da Fibria, na cidade de Três Lagoas, interior do Mato Grosso do Sul

MAIORES QUEDAS

1 - Gol (aviação)

A valorização do dólar prejudicou o balanço da companhia aérea, que possui um elevado nível de endividamento na moeda americana. Com isso, as ações da Gol lideram as quedas no Ibovespa até maio e acumulam perda de 48,7%, para R$ 7,79.

Zanone Fraissat - Folhapress
Interior de aeronave da companhia aérea Gol
Interior de aeronave da companhia aérea Gol

2 - Hering (varejo)

Ao contrário da Renner, que investiu em uma moda mais sofisticada, a Hering continuou sua aposta em modelos básicos, como camisetas sem estampas, o que a fez registrar queda de 36% em seu lucro líquido no primeiro trimestre. Os papéis da empresa acumulam queda de 36,3% no ano, para R$ 12,90.

Fabio Braga/Folha Imagem
Clientes buscando novidades em loja da Hering no Shopping Outlet Premium
Clientes buscando novidades em loja da Hering no Shopping Outlet Premium

3 - Marfrig (alimentação)

A Marfrig teve prejuízo líquido de R$ 570,9 milhões no primeiro trimestre, afetada pela variação cambial em seu resultado financeiro, embora o dólar mais valorizado tenha ajudado a impulsionar as receitas da companhia. Os papéis da empresa têm queda de 33,28%, para R$ 4,07.

Paulo Whitaker/Reuters
Trabalhador na linha de produção do frigorífico da Marfrig em Promissão (SP)
Trabalhador na linha de produção do frigorífico da Marfrig em Promissão (SP)

4 - Ecorodovias (infraestrutura)

As ações da companhia acumulam desvalorização de 31,99%, para R$ 7,25. A Ecorodovias teve queda de 63% no lucro líquido no primeiro trimestre do ano em relação ao mesmo período de 2014, afetado principalmente pelo resultado de operações portuárias. O resultado financeiro pior da empresa foi resultado das variações da inflação, valorização do dólar contra o real e elevação da taxa básica de juros, a Selic.

Davi Ribeiro - 25.jan.2015/Folhapress
Movimento na Rodovia dos Imigrantes, que leva ao litoral sul de São Paulo
Movimento na Rodovia dos Imigrantes, que leva ao litoral sul de São Paulo

5 - Qualicorp (saúde)

Os papéis da empresa registram queda de 31,65% em 2015, para R$ 19. Boa parte da perda é fruto da forte desvalorização de 19,66% sofrida na última sexta-feira (29), quando a ação reagiu à informação publicada pelo "O Globo" indicando que a empresa teria sido alvo da Operação Acrônimo, da Polícia Federal, o que foi desmentido pelo jornal durante a tarde.

Rodrigo Capote/Folhapress
Instalações do Hospital Samaritano, em Higienópolis, zona oeste da cidade de São Paulo
Instalações do Hospital Samaritano, em Higienópolis, zona oeste da cidade de São Paulo

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