Folha de S. Paulo


Pena de Beira-Mar supera a de Marcola, mas não a de Bandido da Luz Vermelha

O traficante Luiz Fernando da Costa, 47, o Fernandinho Beira-Mar, foi condenado a 120 anos de prisão na madrugada desta quinta-feira (14) pelo homicídio de quatro rivais no presídio de Bangu 1, em setembro de 2002.

Com esta condenação, a pena de Beira-Mar chega a 309 anos, mas é inferior à de João Acácio Pereira da Costa, conhecido como "Bandido da Luz Vermelha", que foi condenado a mais de 351 anos de prisão. Contudo, Beira-Mar superou o traficante Marco Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, condenado a mais de 240 anos.

Informações do Depen (Departamento Penitenciário Nacional), do Ministério da Justiça, apontam que em junho de 2013 o Brasil possuía 618 presos com penas superiores a cem anos, sendo 610 homens e 8 mulheres. A legislação brasileira, no entanto, não permite o cumprimento de pena superior a 30 anos.

Confira abaixo alguns casos de repercussão que renderam aos acusados longas penas, como no caso do massacre do Carandiru, do Bandido da Luz Vermelha e do também traficante de drogas Marco Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola.

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Relembre alguns casos:

MASSACRE DO CARANDIRU

Setenta e quatro policiais militares foram condenados entre os anos de 2013 e 2014 pela morte de 111 detentos no episódio que ficou conhecido como massacre do Carandiru, ocorrido em 1992. As penas variaram de 48 a 624 anos de prisão.

Massacre do Carandiru

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CHACINA NA BAIXADA FLUMINENSE

Quatro policiais militares foram condenados a penas entre 474 e 534 anos de prisão pelo envolvimento em uma chacina que deixou 29 mortos nos municípios de Queimados e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, em março de 2005. Onze vítimas tinham idades entre 13 e 20 anos.

10 anos da chacina em Nova Iguaçu

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BANDIDO DA LUZ VERMELHA

Usando uma lanterna de luz vermelha, João Acácio Pereira da Costa, 55, que ficou conhecido como "Bandido da Luz Vermelha", cometeu 88 crimes, entre roubos, homicídios e tentativas de homicídio e estupros, na capital paulista, na década de 1960. Ao todo, ele cumpriu 30 anos de prisão e foi assassinado em 1998, um ano depois da libertação. Ele foi condenado a mais de 351 anos de prisão.

Folhapress
Em 8 de agosto de 1967, 'Notícias Populares' destaca a prisão do 'Bandido da Luz Vermelha
Em 8 de agosto de 1967, 'Notícias Populares' destaca a prisão do 'Bandido da Luz Vermelha'

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MARCOLA

O traficante Marco Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, acumula mais de 240 anos de prisão por crime como por roubo a banco, tráfico de drogas e envolvimento com o crime organizado. Apontado como chefe da facção PCC, ele cumpre pena em um presídio de segurança máxima do interior de São Paulo.

Rogerio Cassimiro - 8.jun.2006/Folhapress
Marcola acumula mais de 240 anos de prisão por crime como por roubo a banco e tráfico de drogas
Marcola acumula mais de 240 anos de prisão por crime como por roubo a banco e tráfico de drogas

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CHACINA DA CANDELÁRIA

Três policiais militares foram condenados pela chacina que deixou oito jovens mortos, em julho de 1993, na região da Candelária, no centro do Rio. As vítimas tinham entre 11 e 19 anos e dormiam na rua no momento do ataque. As condenações variaram entre 45 e 300 anos de prisão, sendo que outros três PMs foram absolvidos.

Fernando Frazão/Divulgação/Agência Brasil
 Familiares e grupos de defesa dos direitos humanos se reunem em vigília pelos 20 anos da Chacina da Candelária, no Rio
Familiares e grupos de defesa dos direitos humanos se reunem em vigília pelos 20 anos da Chacina da Candelária, no Rio

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SERIAL KILLER DE PASSO FUNDO

O paranaense Adriano da Silva foi condenado a mais de 200 anos de prisão pela morte de nove meninos, com idades entre nove e 14 anos, em cidades do Rio Grande do Sul. Segundo a acusação, ele oferecia dinheiro e presentes aos meninos para, depois, assassiná-los com golpes marciais e, em alguns casos, violentá-los. A maior parte dos crimes aconteceram em Passo Fundo.

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MANÍACO DO PARQUE

Francisco de Assis Pereira, conhecido como "maníaco do parque", foi condenado a quase 270 anos de prisão pelo assassinato de seis mulheres no parque do Estado, na zona sul de São Paulo, em 1998, além dos crimes de de estupro, roubo e atentado violento ao pudor contra nove mulheres que sobreviveram.

Jorge Araújo - 5.ago.1998/Folhapress

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CHACINA DE SEM-TERRA

O fazendeiro Adriano Chafik Luedy foi condenado a 115 anos de prisão pela chacina que deixou cinco sem-terra mortos e outros 12 feridos, em um acampamento do MST (Movimento dos Sem-teto), na cidade de Felisburgo (MG), em novembro de 2004. Um capataz, que trabalhava para Luedy, foi condenado a 97 anos de prisão.

Paulo Peixoto/Folhapress
Adriano Chafik e seu capataz Washington Silva escutam a sentença no Tribunal do Júri de BH
Adriano Chafik e seu capataz Washington Silva escutam a sentença no Tribunal do Júri de BH

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ASSASSINATO DE FAMÍLIA NO AM

O publicitário Jimmy Robert de Queiroz Brito foi condenado a cem anos de prisão pela morte do pai, de uma tia e uma prima em janeiro de 2013. O motivo, segundo a acusação, seria uma herança de R$ 200 mil. Outros dois acusados foram sentenciados a 90 e 94 anos de prisão.

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CABO BRUNO

O ex-policial militar Florisvaldo de Oliveira, conhecido como cabo Bruno, foi condenado a 117 anos de prisão sob a acusação de chefiar um grupo de extermínio na zona sul de São Paulo, nos anos 1980. Preso em 1983, ele foi solto em 2012, sendo assassinado um mês depois no interior do Estado.

Cabo Bruno


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