Folha de S. Paulo


Contratação de Danilo confirma boom de brasileiros no Real Madrid e no Barcelona no século 21

O lateral-direito Danilo, que teve sua contratação confirmada nesta semana pelo Real Madrid, é o 25º jogador brasileiro na história a integrar a equipe espanhola. O arquirrival do time, Barcelona já contou com mais atletas do país: contratou 37 desde a estreia de Fausto dos Santos, em 1931.

A ida do lateral, que terá Marcelo e Lucas Silva, além do naturalizado português Pepe como colegas, é só mais um caso que comprova o boom de brasileiros nos dois maiores clubes da Espanha neste século. Foram 32 jogadores do país contratados nos últimos 15 anos pelos rivais, enquanto durante todo o século anterior foram 30. O Barça também está na frente na contagem do século atual: contratou 19 brasileiros, enquanto o Real chamou 13.

Brasileiros na história de Real Madrid e Barcelona

Veja mais algumas curiosidades sobre brasileiros nos rivais da Espanha:

Pioneiros

O Barcelona foi o primeiro entre os rivais espanhóis a contratar jogadores brasileiros. Foi em 1931, quando levou para a Catalunha o volante Fausto dos Santos e o goleiro Jaguaré Bezerra, que atuaram na mesma temporada, de 1931 a 1932. Fausto chegou primeiro, tendo chamado atenção do clube por sua atuação pelo Brasil na copa de 1930, e fez 30 partidas, marcando três gols. Jaguaré fez 16 jogos. Todas as partidas foram amistosas: na época, não era permitido que estrangeiros disputassem torneios oficiais na Espanha. O primeiro brasileiro no Real Madrid só chegou em 1935: Fernando Giudicelli, que fez carreira no Fluminense, jogou apenas uma partida pelo time.

Vira-casacas

Houve dois casos de brasileiros que jogaram nos dois grandes times espanhóis, e ambos tiveram primeiro passagem pelo Barça. Evaristo de Macedo foi o único fez a troca direta para o Real Madrid: começou no Barcelona em 1957 e ficou no time até 1962, marcando 173 gols. Nesse ano, trocou o time catalão pelo da capital, onde ficou até 1965. Já Ronaldo chegou ao Barça antes de ser Fenômeno: ficou no time por um ano, de 1996 a 1997, e marcou 47 gols em 57 jogos. Após passagem de cinco anos pelo Inter de Milão, fez uma carreira de maior sucesso ainda no Real, onde ficou de 2002 a 2007 e chegou a marcar 104 gols.

Micos

Muitos brasileiros fizeram carreira de sucesso defendendo camisas de times espanhóis, mas muitos decepcionaram. Foi o caso de Roberto Dinamite, que em 1980 foi contratado pelo Barcelona e acabou fazendo apenas dez partidas pelo time, marcando meros três gols. Kaká ficou mais tempo no Real Madrid, mas decepcionou. Chegou com um contrato de 65 milhões de euros e, durante os quatro anos em que esteve no time, marcou 29 gols, mesmo entrando em campo 120 vezes. Sofreu com lesões, foi reserva e foi vendido de volta ao Milan com uma redução de salário de 6 milhões de euros anuais.

Brasileiros no Barcelona x Real Madrid

Campeões de longevidade

O jogador brasileiro que ficou mais tempo no Barcelona ainda está lá: é o lateral-direito Daniel Alves, que entrou no clube em 2008 e integra a equipe atual. Rivalizando com o tempo de permanência no clube estão o volante Thiago Motta, que foi contratado de 2000 a 2007, mas só fez sua estreia em campo em 2001; e Evaristo de Macedo, que defendeu o time de 1956 a 1962. No Real Madrid, não tem nem discussão: Roberto Carlos vestiu a camisa por 11 anos, de 1996 a 2007, de longe o maior período que um brasileiro ficou no Real.

Século brasileiro

A década com mais contratações, pra ambos os times, foi a de 2000: o Barça escalou 15 brasileiros e o Real, 9. A que teve menos contratos foi 1940, em que só o Barça colocou Lucidio Batista em campo. É possível perceber um boom de contratações de brasileiros a partir dos anos 90: nessa década, o Real contratou o dobro do número de brasileiros que havia contratado em toda sua história.

E apenas nestes 15 anos de século 21, já houve mais brasileiros defendendo times espanhóis que em todo o século anterior. 32 brasileiros foram chamados para defender um dos dois times (19 pro Barça, 13 pro Real). E durante todo o século 20, o número total foi 30 (18 no Barcelona, 12 no outro).


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