Folha de S. Paulo


Mudanças climáticas podem aumentar desigualdade nos EUA

Carlo Allegri/Reuters
Homem dorme em metrô em Nova York
Homem dorme em metrô em Nova York

A falta de medidas para se combater a mudança climática vai agravar as desigualdades nos Estados Unidos, especialmente no sul do país, aponta um estudo divulgado nesta quinta-feira (29) pela revista "Science".

A redução da renda pode ser de 20% para um terço dos condados mais pobres do país no pior cenário previsto.

Utilizando modelos econômicos e projeções climáticas, uma equipe de economistas e climatologistas calculou os custos e benefícios da mudança climática nas próximas décadas.

Os Estados do Sul e do Meio Oeste dos EUA são os que mais têm a perder, pois suas atividades econômicas migrariam para o norte e o oeste do país, explica Solomon Hsiang, professor da Universidade de Berkeley, Califórnia, e diretor do estudo.

"Se não forem adotadas medidas para a redução dos gases do efeito estufa a região do Golfo do México se verá severamente afetada", disse Robert Kopp, professor de geofísica na Universidade Rutgers, em Nova Jersey, e um dos autores do estudo.

Segundo ele, "a vulnerabilidade da região diante da elevação do nível do mar, agravada por furacões potencialmente mais fortes, representa um risco severo para os habitantes, assim como as ondas de calor".

Os mais beneficiados por toda esta situação seriam os condados situados próximos à fronteira canadense, o que aumentaria as desigualdades entre Norte e Sul.

Segundo o mesmo estudo, para cada 0,55ºC de aumento da temperatura a economia americana perderia 0,7% de seu PIB.


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