Folha de S. Paulo


Retrospectiva 'Esporte': Surfe brilha e modalidades olímpicas decepcionam

O ano passou e viu o maior escândalo de corrupção da história do futebol afastar Joseph Blatter da presidência da Fifa e prender o ex-presidente da CBF José Maria Marin.

O esquema envolvia subornos e propinas entre dirigentes da Fifa e executivos do setor na comercialização de jogos e direitos de marketing de campeonatos.

O fim de 2015 chega com o Comitê de ética da Fifa suspendendo Blatter e Michel Platini, mandatário da Uefa desde 2007, por oitos anos de qualquer atividade relacionada ao futebol. O Comitê considerou os dois dirigentes culpados de "conflito de interesses" e de "gestão desleal". A investigação teve início após decisão do procurador-geral suíço de iniciar procedimentos criminais contra Blatter pelo pagamento de 1,8 milhão de euros (R$ 8,3 milhões) em 2011 a Platini.

BRASIL OLÍMPICO

Às vésperas dos Jogos Olímpicos do Rio, o 2015 ruim de alguns dos principais atletas do país candidatos a medalha nos Jogos do Rio acendeu o alerta em relação à meta estabelecida pelo Comitê Olímpico do Brasil de obtenção de 27 a 30 pódios e um lugar entre as dez nações com mais conquistas.

Estrelas como Arthur Zanetti, Cesar Cielo, Mayra Aguiar -expoente de uma temporada fraca do judô- e o vôlei não tiveram bons resultados em seus respectivos Mundiais ou equivalentes.

Do ponto de vista da infraestrutura, o Brasil pré-olímpico também deixou a desejar neste ano.

O combate à poluição da água caminha para ser um dos principais fracassos no legado olímpico. A promessa de tratar 80% do esgoto despejado na baía de Guanabara não será cumprida. A poluição pode atrapalhar as provas de vela, remo e maratona aquática.

HEGEMONIA PAULISTA

No futebol brasileiro, o destaque fica para os times paulistas em 2015. O título brasileiro do Corinthians, além das boas campanhas dos finalistas da Copa do Brasil, Palmeiras e Santos, campeão e vice, respectivamente, confirmam isso.

Já no futebol sul-americano, o país não teve tanto destaque. O desempenho do futebol pentacampeão mundial na fase final da Libertadores deixou a desejar.

Depois de nove finais seguidas com participação brasileira e uma série de quatro títulos, o país agora está há dois anos fora da decisão.

No âmbito internacional, o destaque ficou por conta do Barcelona e seu trio sul-americano Lionel Messi, Neymar e Luis Suárez.

Se já não bastasse o trauma do 7 a 1 na Copa de 2014, a seleção brasileira não teve um bom ano em 2015 e conheceu na Copa América o peso da realidade. Vindo de 11 vitórias consecutivas, sendo dez em amistosos, o time foi eliminado nas quartas de final da competição pelo Paraguai, nos pênaltis.

Já na F-1, o domínio foi da Mercedes e seus pilotos: Lewis Hamilton, que conquistou o tricampeonato, e Nico Rosberg, vice no Mundial.

Já os brasileiros tiveram um ano razoável na competição. O novato Felipe Nasr, por exemplo, conquistou 27 pontos em sua primeira temporada, ficando no pelotão intermediário e próximo ao veterano Felipe Massa.

PAÍS DO SURFE

O ponto brilhante do país em 2015 foi no surfe. O maior responsável por isso é o paulista Adriano de Souza, o Mineirinho, 28, que conquistou o título do Mundial de surfe pela primeira vez na sua carreira. Foi o segundo título do Brasil -Gabriel Medina, 22, ganhou em 2014.

Além de ter o campeão mundial, o Brasil teve ainda o paulista Filipe Toledo, 20, lutando até a última etapa, no Havaí, pelo título. Ficou em quarto no ranking. Contudo, acabou o Mundial como o surfista que mais venceu no ano: foram três vitórias (Gold Coast, Rio e Portugal ).


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