Folha de S. Paulo


Nos relógios, rivais da Apple vão reduzir dependência do Google

A chegada do Apple Watch lembra o início de um filme já visto no mundo dos smartphones, no qual Apple e Android rivalizam pelo mercado. No caso dos relógios inteligentes, porém, a briga deverá ficar mais fragmentada.

Os fabricantes que se acostumaram a depender do Android para produzir bons celulares parecem dispostos a arriscar em outras plataformas, reduzindo a dependência do sistema criado pelo Google, presente em mais de 80% dos smartphones vendidos no mundo.

Na última edição do Mobile World Congress, evento mais importante do setor de comunicação móvel, o LG Watch Urbane, que foi o relógio de maior destaque, não trouxe o Android Wear como sistema operacional.

Gustau Nacarino/Reuters
Relógio inteligente LG Watch Urbane, que vai usar o sistema web0S. em vez do Android
Relógio inteligente LG Watch Urbane, que vai usar o sistema web0S. em vez do Android

A companhia preferiu o webOS, sistema operacional criado pela Palm em 2009 e adotado pela LG em suas TVs no ano passado. O caminho é parecido com o tomado pela sua rival coreana.

Dos seis modelos de relógios inteligentes já lançados pela Samsung, apenas um traz o Android Wear. Os outros rodam Tizen, plataforma criada pela própria Samsung.

Enquanto isso, a Asus também pode estar preparada para flertar com outras plataformas. Jerry Shen, executivo-chefe da companhia, anunciou que a próxima geração do ZenWatch deverá contar com pelo menos um modelo com sistema diferente.

"Nossa principal preocupação é economia de bateria. Vamos continuar trabalhando com o Google e teremos outro relógio inteligente que não será baseado em Android Wear, com uma autonomia de bateria maior", afirmou.

A busca por uma plataforma convincente está refletida nos números do Android Wear, que ainda não empolgou o consumidor. Segundo a consultoria Canalys, o Android Wear teve participação de apenas 16% no mercado de relógios e pulseiras inteligentes em 2014.

Das 4,6 milhões de unidades vendidas no ano passado, a plataforma do Google foi responsável por 720 mil unidades. Os números da Samsung não foram revelados, mas a companhia aparece na liderança.

Outro fabricante com destaque na pesquisa é o Pebble, que também dispensa o Android Wear. Entre 2013 e 2014, teve 1 milhão de unidades vendidas.

Apesar disso, o Android Wear ainda conta com um grupo importante de empresas para combater o Apple Watch, entre elas a Motorola, a Sony e a Huawei -além das "fujonas" LG e Asus.


O jornalista BRUNO ROMANI viajou a convite da Samsung


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