Folha de S. Paulo


Testamos o Android Auto, a Android TV e o novo Samsung Gear Live; leia impressões

O Google I/O, evento para desenvolvedores realizado na semana passada em San Francisco, focou no sistema operacional Android para interligar tudo que você pode usar da companhia, de carro a relógio, passando por smartphone e serviços da casa. A Folha testou três dos lançamentos.

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ANDROID AUTO

Entramos no Hyundai, pluguei o celular num cabo do painel e seguimos para uma imaginária viagem a Monterey, cidade litorânea perto de San Francisco. Meu piloto era Andrew Brenner, gerente do produto. Ao apertar um botão no volante, usado para comandos de voz, ele perguntou ao Google Now o placar do jogo EUA e Alemanha. Um voz feminina respondeu. Depois, perguntei sobre o aquário de Monterey, o qual não lembrava o nome. A voz achou o lugar e deu o horário de fechamento. No meio do caminho, recebemos uma mensagem de texto, cuja notificação apareceu numa tela no painel, a mesma que mostra o Google Maps. Com um toque na tela, a voz leu a mensagem. Respondi com uma frase curta, a voz repetiu e eu confirmei. O celular plugado deixa de funcionar e transfere suas tarefas para o carro por questão de segurança. Há aplicativos que funcionam normalmente, como os agregadores de estações de rádio. Um em específico reúne canais que narram jogos de beisebol ao vivo. Dezenas de montadoras estão trabalhando com o Google, e os primeiros veículos com Android Auto devem sair no final do ano.

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ANDROID TV

Elijah Nouvelage/Reuters
Dave Burke, diretor de engenharia do Android, anuncia a Android TV
Dave Burke, diretor de engenharia do Android, anuncia a Android TV

Acho que agora vai. Depois da confusa Google TV, lançada há quatro anos, a Android TV parece bem mais fácil de operar e tem um menu similar ao Netflix. Sharp, LG, Sony e Philips devem começar a vender aparelhos com o novo sistema até o final do ano. É possível operar com um controle tradicional, joystick ou celular. Num teste simples, usei o comando de voz para procurar filmes sobre Brasil. Apareceram duas linhas de cartões: uma com "Tropa de Elite", "Cidade de Deus" e produções brasileiras, e outra linha com vídeos no YouTube relacionados ao país. Ao clicar num filme, é possível ver o trailer no YouTube ou comprá-lo no Google Play. De volta à página inicial, há janelas para aplicativos do Netflix, Showtime e diversos jogos. O Google lançou há menos de um ano o Chromecast, um pequeno dispositivo que transforma seu aparelho numa TV conectada à internet. Uma das novidades para o Chromecast é que agora dá para espelhar o que acontece no tablet ou smartphone na TV, exibindo fotos, vídeos ao vivo ou Google Earth.

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SAMSUNG GEAR LIVE

Antes de começar, é preciso um smartphone compatível com Android (versão mínima 4.3) para instalar o aplicativo Android Wear. No celular, escolhi os serviços que posso ativar por voz no relógio (configurar alarme, incluir evento na agenda) e o formato do marcador de hora (digital ou analógico). Para saber do tempo, falo pertinho do relógio "Ok Google" e pergunto como será no final de semana. Tento mandar uma mensagem de texto, mas o sistema não reconhece o nome da minha amiga e acho melhor parar de falar sozinha no meio da rua. Embora muito mais discreto que o Glass, o relógio é chamativo, mais pesado (59 gramas) que um relógio esportivo tradicional e grandalhão no meu pulso fino (tela de 1,6 polegada). Caminhar por um bairro pouco seguro parece bobagem, já que ele acende sozinho (dá para calibrar a intensidade da luz). É resistente à agua e sobrevive às lavadas de mão. Ainda falta baixar aplicativos como Pinterest e Allthecooks, para receitas. Este é o quarto relógio conectado da Samsung e seu primeiro com Android Wear. Será lançado nos EUA em julho por US$ 199.


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