Folha de S. Paulo


Simone Spoladore fala de 'personagem-poema' que vive em drama sobre ditadura

A paranaense Simone Spoladore, 33, fez sua estreia nas telonas em 2001 no drama "Lavoura Arcaica". Na obra de Luiz Fernando Carvalho, ela interpretou Ana, personagem por quem André (Selton Mello), seu irmão, apaixona-se.

Agora, 12 anos depois, ela dá vida a uma nova Ana em "A Memória que me Contam", longa-metragem dirigido por Lúcia Murat que estreou na sexta (14) e também conta com Irene Ravache e Franco Nero no elenco.

Divulgação
Simone Spoladore interpreta a ativista Ana em cena do filme
Simone Spoladore em "A Memória que me Contam", dirigido por Lúcia Murat; na obra, a atriz vive Ana, uma ativista de esquerda

No filme, ela é uma ex-militante de esquerda que está à beira da morte. Sua doença faz com que seus amigos que igualmente resistiram à ditadura militar (1964-1985) se reencontrem no hospital. Lá, o grupo conversa sobre temas do presente e relembra histórias do passado.

Em entrevista à sãopaulo, a atriz conta que, de lá --no início da carreira, com sua primeira Ana-- para cá, teve muita sorte. "Fiz filmes com linguagens diferentes, vivi personagens bastante distintos uns dos outros e trabalhei com diretores por quem eu tenho enorme admiração", diz.

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ABAIXO, LEIA A ÍNTEGRA DA ENTREVISTA COM A ATRIZ SIMONE SPOLADORE

sãopaulo - Foi um desafio fazer a Ana, uma protagonista que não aparece no tempo em que se passa a história?
Simone Spoladore - Foi uma das complexidades do papel. A Ana está se despedindo da vida ali no hospital, aos 60 anos, mas seus amigos se lembram dela com a imagem de uma mulher de 30. Então, sempre a imaginei como uma "personagem-poema". Queria que ela tivesse uma carga emocional densa, mas que, ao mesmo tempo, fosse leve.

Como se preparou para vivê-la?
Li obras como "1968 - O Ano que Não Terminou" e vi outros filmes da Lúcia [Murat, diretora]. Mas, de fato, o que me ajudou a construí-la foram as conversas com a Lúcia, que viveu todo aquele período de dentro.

Em 2001, você estreou no cinema com "Lavoura Arcaica" no papel de uma personagem também chamada Ana. Como avalia sua carreira de lá para cá?
Tive muita sorte porque fiz filmes com linguagens diferentes, vivi personagens bastante distintos uns dos outros e trabalhei com diretores por quem eu tenho enorme admiração. Também fiz alguns amigos e vivi várias experiências bonitas.


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