Folha de S. Paulo


Três pré-candidatos ao governo de SP exageram ou erram em declarações

Pré-candidatos ao governo de São Paulo, Luiz Marinho (PT), Paulo Skaf (PMDB) e Márcio França (PSB) tiveram declarações suas analisadas pela Agência Lupa.

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"Alckmin mandou para a Assembleia e seus deputados aprovaram lei que permite que o nome do consumidor seja incluído no Serasa antes de ele saber da existência da dívida"
Luiz Marinho, pré-candidato ao governo pelo PT, em vídeo postado no Facebook em 30/11

VERDADEIRO, MAS Marinho faz referência ao Projeto de Lei n° 874/16, que passou pela Alesp e aguarda sanção do governador Alckmin. Esse projeto regulamenta o sistema de inclusão e exclusão dos consumidores nos cadastros de proteção ao crédito, entre eles o do Serasa Experian. Hoje, a lei determina que o consumidor precisa ser avisado por escrito sobre sua inclusão no cadastro e deve assinar um formulário dos Correios, dando ciência de que recebeu o alerta. É o Aviso de Recebimento, conhecido como AR. Com o projeto, a assinatura do AR passa a ser dispensável. Mas o PL mantém o direito do cidadão de ser informado previamente por escrito sobre sua entrada em cadastros como o do Serasa. Mas nada garante que lerá o aviso antes de entrar na lista de devedores.

"Em 2002, quase derrotamos o PSDB em SP"
Luiz Marinho, em entrevista na Folha em 26/11

EXAGERADO Em 2002, foi candidato a vice-governador de São Paulo na chapa do também petista José Genoino. No segundo turno, os dois foram derrotados pela dupla Geraldo Alckmin e Claudio Lembo, que conquistou 58,64% dos votos válidos, numa diferença de mais de 3,5 milhões de votos em relação aos petistas. Desde então, o PT nunca mais chegou ao segundo turno em eleições estaduais em SP. Procurado, Marinho não se manifestou.

"[7%] É o menor valor da Selic em toda sua história"
Paulo Skaf, presidente da Fiesp e pré-candidato do PMDB ao governo, em nota em 6/12

VERDADEIRO Como presidente da Fiesp, Skaf emitiu uma nota cobrando que a taxa de juros caia mais em 2018. Desde 1999, a Selic é calculada do mesmo modo e, em 7 dezembro, alcançou seu valor mais baixo: de 7% ao ano. Antes disso, a menor taxa registrada na série histórica havia sido de 7,25%, em novembro de 2012.

"[Havia] legislação [CLT] que obrigava o funcionário a tirar seus 30 dias de férias de uma única vez"
Paulo Skaf, na abertura do "Seminário Modernização Trabalhista na Fiesp", em 31/8

FALSO O artigo 136 da CLT estabeleceu a possibilidade de ter "férias concedidas em dois períodos" por ano. Exigia, no entanto, que nenhum desses períodos fosse inferior a sete dias. Era obrigatório tirar 30 dias de férias seguidas apenas para os menores de 18 anos e os com idade superior a 50 anos. Procurado, Paulo Skaf não comentou.

"O orçamento [do Ministério da Ciência e Tecnologia] é R$ 3,5 bilhões [...], um quinto do orçamento da Secretaria [de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação] de SP"
Márcio França, vice-governador, secretário de Desenvolvimento Econômico e pré-candidato do PSB ao governo, em entrevista ao SBT em 1/12

EXAGERADO O Ministério da Ciência e Tecnologia teve um corte orçamentário de 44% em março deste ano e passou a ter R$ 3,27 bilhões. Esse valor é pouco mais de um quarto —não um quinto— do orçamento que a secretaria comandada por Márcio França tem para 2017: R$ 14,53 bilhões. Procurado, o vice-governador não comentou.


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