Folha de S. Paulo


Candidata ao comando do PT, Gleisi adota tese de Dirceu para fim da crise

Pedro Ladeira/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 01-06-2017, 21h00: Sessão de abertura do 6ø Congresso Nacional do PT, com a participação do ex-presidente Lula e da ex-presidente Dilma, ao lado do presidente do PT Rui Falcão, do governador de MG Fernando Pimentel, dentre outros, no centro de eventos Brasil 21, em Brasília. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
Abertura do 6º Congresso Nacional do PT, com a participação dos ex-presidentes Lula e Dilma

Candidata à presidência do PT, a senadora Gleisi Hoffmann (PR) defendeu uma tese do ex-ministro José Dirceu, publicada em artigo na Folha nesta quinta-feira (1º), como forma de tirar o país da crise.

"A única solução razoável, antes como agora, é uma catarse, uma revolução política, econômica, social e cultural", afirmou a petista durante a abertura oficial do 6º Congresso Nacional do PT, em Brasília. "Esta é a solução que temos pela frente", completou a líder do PT no Senado que deve ser eleita ao comando do partido no sábado (3).

O desagravo a Dirceu feito não era habitual entre os dirigentes petistas nos grandes eventos do partido. Desde seu envolvimento no mensalão, em 2005, era papel da militância puxar os gritos a favor do ex-ministro, condenado duas vezes pelo juiz Sergio Moro e hoje em liberdade provisória.

Ré na Lava Jato sob acusação de ter recebido propina para sua campanha ao Senado, Gleisi também criticou o Ministério Público Federal, que chamou de "aristocracia" do funcionalismo público.

A senadora falou ainda a respeito do crescimento de 1% do PIB no primeiro trimestre do ano, dado divulgado nesta pelo IBGE e comemorado pelo presidente Michel Temer.

"Tiraram direito e continuaram tirando", afirmou Gleisi. "E hoje eles querem comemorar um PIB de 1%, que não tem sustentabilidade?", disse.

Ela defendeu ainda que o partido seja "de luta nas ruas", para "resgatar a esperança do povo brasileiro", e endossou a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República em 2018.

RUI

Atual presidente do PT, Rui Falcão afirmou mais uma vez que a ex-presidente Dilma Rousseff foi vítima de um golpe e que o ex-presidente Lula é vítima de uma "caçada" há pelo menos dez anos.

Ele acompanhou a tese de Gleisi e fez uma desagravo público ao ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, preso na Lava Jato, e a Dirceu, chamando-os de "herois do povo brasileiros".

Segundo Falcão, a Operação Lava Jato, sob "pretexto de combater a corrupção" beneficia os corruptores e prende alguns poucos corruptos. "Beneficia quem faz delação e vai para o exterior e coloca nossos companheiros, inocentes, na prisão", completou o dirigente petista.

MARISA LETÍCIA

Após o discurso de Gleisi, o telão exibiu uma homenagem à ex-primeira dama Marisa Letícia, morta em fevereiro.

Depoimentos se misturaram a imagens antigas da mulher de Lula, que dá nome ao congresso deste ano. Mais cedo, militantes já haviam gritado, em coro, "Marisa Letícia, presente".


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