Folha de S. Paulo


Cabral deixou população do Rio 'às mínguas', diz Procuradoria

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Cabral poupa mulher e diz ter feito uso pessoal de caixa dois
Ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral durante depoimento na Operação Lava Jato

Ao pedir a condenação do ex-governador do Rio Sérgio Cabral, em ação da Operação Lava Jato em Curitiba, o Ministério Público Federal afirmou que o político, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro, deixou a população do Estado "às mínguas" e desviou recursos públicos "com o fim único de enriquecimento pessoal".

"São réus abastados que ultrapassaram linhas morais sem qualquer tipo de adulteração de estado psíquico ou pressão, de caráter corporal, social ou psicológica", escreveu a Procuradoria, em documento enviado ao juiz Sergio Moro na noite desta segunda (22).

Cabral é acusado de desviar R$ 2,7 milhões em obras do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), e de usar o dinheiro na compra de vestidos de festa, blindagem de automóveis, reformas e artigos de gastronomia.

O ex-governador negou que tenha recebido propina, e disse que usou "sobras de caixa 2" de campanha para fazer as compras.

Ele ainda responde a outras oito ações na Justiça Federal do Rio, sob a responsabilidade do juiz Marcelo Bretas –e foi denunciado nesta terça (23) pela nona vez.

O documento do Ministério Público integra a fase de alegações finais da ação em Curitiba. Os advogados de defesa terão até o dia 5 de junho para protocolar os seus memoriais. Só então o juiz Sergio Moro decidirá se condena ou inocenta o ex-governador.

Além de Cabral, também são réus na mesma ação a ex-primeira-dama Adriana Ancelmo, o empresário Carlos Emanuel Miranda, tido como o operador de Cabral, e Wilson Carlos Carvalho, ex-secretário estadual, entre outros.


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