O ministro do STF Edson Fachin autorizou a abertura de inquérito contra Rodrigo Garcia (DEM-SP), secretário de Habitação do governo Geraldo Alckmin (SP), pedida pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot.
O pedido de investigação é baseado nas delações premiadas de Carlos Armando Guedes Paschoal e Benedicto Barbosa da Silva Júnior, ambos executivos da Odebrecht.
Garcia é acusado ter recebido em 2010 recursos não contabilizados (caixa dois) da Odebrecht para a sua campanha para deputado federal.
Segundo os delatores, as negociações para o recebimento dos valores foram feitas diretamente com o político, em seu escritório, em São Paulo.
A abertura dos inquéritos não implica culpa dos investigados. A partir da decisão, os investigadores e os advogados apresentam provas para determinar se há indício de autoria do crime ou não.
Depois disso, o Ministério Público decide se apresenta uma denúncia ou pede o arquivamento do inquérito. Se a denúncia for apresentada e aceita pelo Supremo, o investigado se torna réu e passa a ser julgado pelo tribunal.
OUTRO TUCANO
Foi aberto ainda inquérito contra o deputado federal João Paulo Tavares Papa (PSDB-SP) por suposto recebimento de dois repasses de R$ 300 mil cada um, em 2012 e 2014, do setor de propina da Odebrecht.
O grupo teria feito os pagamentos considerando o protagonismo político do deputado em Santos, considerando "importante guardar uma relação de longo prazo com ele, pois poderia auxiliar os interesses do Grupo Odebrecht em oportunidades futuras".
Papa foi delatado por Benedicto Barbosa da Silva Júnior, o BJ, ex-presidente da construtora, e Luiz Antonio Bueno Junior, que foi diretor superintendente da Odebrecht Infraestrutura em São Paulo.
OUTRO LADO
Garcia afirmou que jamais recebeu doação não contabilizada em suas campanhas eleitorais. "Sou o maior interessado que esse assunto seja esclarecido o mais breve possível", disse.