Folha de S. Paulo


Romário anuncia pré-candidatura à Prefeitura do Rio

Alan Marques - 20.ago.2015/Folhapress
O senador Romário durante a CPI do Futebol, em agosto do ano passado
O senador Romário durante a CPI do Futebol, em agosto do ano passado

O senador Romário (PSB) anunciou nesta segunda (20) sua pré-candidatura à Prefeitura do Rio com um discurso no qual ironizou sua falta de experiência em cargos executivos.

"Quando me candidatei ao Senado, as pessoas disseram que eu não tinha experiência. Hoje os mais experientes estão em cana. Esse tipo de experiência eu não quero ter", disse o senador.

"Me sinto totalmente legitimado para ser pré-candidato. Tive 1,8 milhão de votos na capital. Qualquer parlamentar que teve essa representatividade poderia estar aqui."

Questionado sobre os principais problemas do Rio, Romário foi vago, dizendo que a cidade é inadequada nas áreas de saúde, educação e mobilidade. "Nos últimos anos, o Rio pensou muito no material. É hora de pensar no humanitário", disse.

Na eleição de 2014, ele obteve 4.683.963 votos (63,43% dos votos válidos) para o Senado. Foi quase a mesma votação que Luiz Fernando Pezão (PMDB) e Marcelo Crivella (PR) somaram (4.861.678) no primeiro turno, de acordo com a apuração divulgada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ). Os dois eram candidatos ao governo do Rio e disputaram o segundo turno.

Como senador, Romário virou um aliado do prefeito Eduardo Paes (PMDB) até março passado. A proximidade rendeu ao ex-jogador influência sobre a Secretaria Municipal de Esporte.

O rompimento com o prefeito foi anunciado pelo senador em rede sociais. "Acabei de sair do gabinete do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. Devolvi a ele a secretaria de esporte do município, administrada no último ano pelo secretário Marcos Braz (indicado por Romário)", escreveu o senador.

No Senado, Romário preside a CPI do Futebol, que investiga os três últimos presidentes da CBF (Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero). Os três foram indiciados nos EUA por participação em um esquema de recebimento de propina na venda de competições no Brasil e no exterior.

Com a entrada de Romário na disputa municipal, o Rio passa a ter nove pré-candidatos à prefeitura.

À esquerda há Marcelo Freixo (PSOL), Jandira Feghali (PCdoB) e Alessandro Molon (Rede).

Também estão na disputa Marcelo Crivella (PRB), Carlos Roberto Osório (PSDB), Flávio Bolsonaro (PSC), filho do deputado Jair Bolsonaro, e Índio da Costa (PSD).

Pedro Paulo (PMDB) é o candidato do atual prefeito, Eduardo Paes. Sua candidatura foi fragilizada em razão da investigação de agressão a sua ex-mulher.

As candidaturas serão oficializadas nas convenções partidárias, que acontecem a partir de 20 de julho.

Romário afirmou que não se licenciará do mandato de senador, portanto estará presente na votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ele, que votou pelo afastamento dela, evitou divulgar seu voto desta vez, mas indicou que apoiará a cassação.

"Meu voto está decidido e será o que a maioria do povo deseja."


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