Folha de S. Paulo


Pezão amplia licença médica para dar 'liberdade' a Dornelles

Ruy Baron/Valor
Data: 04/12/2014?Reporter: Raquel?Local: Gabinete 11 no Senado Federal?Pauta: senador (PP-RJ)?Personagem: Francisco Dornelles, senador (PP-RJ)?Tags: Politica, corrupcao, orcamento?Fotos: Ruy Baron/Valor ***FOTO DE USO EXCLUSIVO FOLHAPRESS***
O governador do Rio de Janeiro em exercício, Francisco Dornelles (PP)

Após a pressão feita por aliados, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), decidiu ampliar sua licença médica até o dia 30 de julho.

Em sua comunicação ao presidente da Assembleia Legislativa, Jorge Picciani (PMDB), ele afirma que o governador em exercício, Francisco Dornelles (PP), "necessita de maior liberdade para exercer a tarefa de governar o Rio".

Pezão está em licença para tratamento de um câncer desde o dia 28 de março. Inicialmente, ele oficializou o afastamento de um mês, renovado por igual período.

Picciani e outros deputados do PMDB pressionavam o governador licenciado a ampliar a licença. O objetivo era que Dornelles tivesse mais poder para fazer mudanças que julga necessárias para enfrentar a crise financeira do Estado.

O presidente da Alerj criticou as sucessivas licenças de um mês, afirmando que a medida deixava o Rio "com dois governadores, e ao mesmo tempo, nenhum". Na carta enviada a Picciani, Pezão afirma que tomou a decisão após a manifestação do aliado.

"Ela me proporcionou a possibilidade de consultar os meus médicos e familiares e fazer uma reflexão mais profunda sobre essa questão, levando em consideração os meus esforços para o restabelecimento da minha saúde e o melhor interesse da população. O governador em exercício, Francisco Dornelles, pessoa do mais alto gabarito e merecedor da minha total confiança, necessita de maior liberdade para exercer a tarefa de governar o Rio de Janeiro em um momento de grave crise no Brasil e no nosso estado", escreve Pezão na nota.

Dornelles deve promover um corte de secretarias (25 atualmente) e mudança no secretariado.

Os principais alvos de críticas da bancada do próprio PMDB são Antônio Neto (Educação), Júlio Bueno (Fazenda) e Leonardo Espíndola (Casa Civil).

Com déficit de cerca de R$ 19 bilhões no orçamento, o Estado vem continuamente atrasando o pagamento de servidores ativos, inativos e pensionistas. O beneficiários do Rioprevidência só receberam após a Justiça bloquear recursos das contas do Estado.


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