Folha de S. Paulo


Ex-ministro desiste de defender Delcídio do Amaral no Senado

Joel Rodrigues/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 14-10-2014, 15H00: Gilson Dipp, ministro do STJ, durante entrevista sobre lei da anistia e delacao premiada.Foto: Joel Rodrigues/Folhapress, PODER)
Gilson Dipp, ex-ministro do STJ e advogado, desiste de defender Delcídio do Amaral no Senado

Advogado do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), o ex-ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Gilson Dipp renunciou nesta sexta-feira (4) à defesa do petista no Conselho de Ética do Senado. Ele era acompanhado pelo advogado Luis Henrique Machado, que também deixou o caso.

O magistrado havia assumido a defesa em dezembro logo após a representação contra o senador ter sido protocolada por PPS e Rede. Dipp chegou a participar da última reunião do conselho, realizada na quarta (2), em que os senadores escolheram Telmário Mota (PDT-RR) como relator do caso.

Dipp afirmou à Folha que sua decisão foi tomada exclusivamente por razões de foro íntimo. A renúncia foi formalizada ao Senado na manhã desta sexta. Nesta quinta (3), a revelação do conteúdo da delação premiada do petista pegou o advogado de surpresa. De acordo com ele, em nenhum momento o senador ou alguém em seu entorno informou à defesa do processo no Conselho de Ética sobre a possibilidade de o senador fazer uma delação.

Segundo reportagem da revista "Época", Delcídio tentou negociar uma cláusula de confidencialidade com o STF (Supremo Tribunal Federal) para que a delação não fosse revelada por seis meses. Sua intenção era tentar, neste período, retomar o seu mandato no Senado e não ser cassado pelo Conselho de Ética para manter o foro privilegiado.

O conselho se reúne na próxima quarta (9) para avaliar o relatório de Telmário, em que poderá acatar a representação e indicar a abertura do processo de cassação por quebra de decoro parlamentar contra Delcídio.


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