Movimentos sociais e entidades presentes na manifestação de apoio à presidente Dilma Rousseff, nesta quarta-feira (16), condicionaram sua participação nos atos à crítica ao ajuste fiscal promovido pelo governo Dilma Rousseff.
Inicialmente, segundo a Folha apurou com diferentes movimentos, CUT (Central Única dos Trabalhadores) e MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), mais próximos do PT, eram contrários à crítica ao governo durante as movimentações.
No entanto, outras entidades presentes, como MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), Intersindical (ligada ao PSOL) e Frente Povo Sem Medo —que articula vários grupos—, condicionaram sua participação à possibilidade de realizar a crítica.
Mesmo durante a concentração para o ato, na avenida Paulista, as duas correntes têm entrado em conflito, na disputa por espaço e por tempo de fala, por exemplo. O temor da ala mais crítica ao governo é que o movimento pareça "chapa-branca".
Ao dar ênfase às críticas ao governo, mas manifestando-se contra o impeachment, essa ala tem a expectativa de "ativar" militantes que têm demonstrado relutância em ir para as ruas defender um governo que, em sua interpretação, afastou-se das causas da esquerda.
"Não temos disposição nenhuma de defender o governo, mas temos disposição de evitar retrocessos. O 'Plano Temer' e o Eduardo Cunha representam retrocessos, e o impeachment está articulado com os setores mais conservadores da sociedade", diz Guilherme Boulos, coordenador do MTST e colunista da Folha.
Por sua vez, Vagner Freitas, presidente da CUT, afirmou que a política econômica é também de responsabilidade de Michel Temer. "Foi uma chapa eleita. Presidente e vice". Ele diz que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, deveria estar fora do governo. "Mas não adianta mudar o ministro se mantiver a política."
Acompanhe ao vivo as manifestações a favor de Dilma em todo o país.