Folha de S. Paulo


PSOL lançará candidatura própria à presidência da Câmara dos Deputados

O PSOL comunicou nesta sexta-feira (23) que lançará o deputado federal Chico Alencar (RJ) como candidato à presidência da Câmara, cuja eleição acontece no próximo dia 1º.

Segundo nota emitida pelo partido, a candidatura de Alencar "representa uma reação ao discurso de negação da política e à necessidade de que o Legislativo -constituído, predominantemente, por despachantes do grande capital que vertebra o sistema político- se abra aos clamores da população".

A partir do início do ano legislativo, o PSOL contará com quatro deputados, além de Alencar: Ivan Valente (SP), Jean Wyllys (RJ), Edmilson Rodrigues (PA) e Cabo Daciolo (RJ).

Na nota, Valente, líder do PSOL na Câmara, definiu a candidatura do correligionário como "o resgate de ética na política, certeza de administração honesta e defesa de uma pauta legislativa a favor dos trabalhadores e do povo".

Chico Alencar, por sua vez, manifestou por escrito que "o PSOL está empenhado na construção da democracia de alta intensidade, que combine a representação partidária com a participação popular direta".

"Acreditamos que muitos parlamentares, pensando mais nos anônimos que os elegeram do que nos poderosos que eventualmente os financiaram, possam ser sensíveis à nossa plataforma de resgate da representação e em defesa de uma pauta progressista", conclui.

DISPUTA

Se, no final do ano passado, a disputa pela presidência da Câmara parecia praticamente ganha pelo peemedebista Eduardo Cunha (RJ), atualmente o cenário é mais acirrado, com os nomes de Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Júlio Delgado (PSB-MG) na eleição.

No último dia 7, o Ministério Público Federal abriu um inquérito contra Cunha por suposta participação dele no esquema investigado pela Operação Lava Jato, que apura crimes de desvio e lavagem de dinheiro na Petrobras envolvendo funcionários da estatal, empreiteiros e partidos políticos.

De acordo com investigadores que atuam no caso, o peemedebista é suspeito de ter recebido dinheiro do esquema por meio do policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o Careca, que atuaria como um dos funcionários do doleiro Alberto Youssef, um dos principais réus do caso. Cunha negou qualquer participação no esquema, que pode comprometer sua eleição.

Nesta terça (20), o deputado apresentou um áudio que, segundo ele, foi forjado por integrantes da cúpula da Polícia Federal, a mando do governo, com o objetivo de incriminá-lo e constranger sua candidatura.

Porém, segundo o chefe do serviço de análise de áudio e vídeo da Polícia Federal, ha indícios de "armação" na gravação mostrada por Cunha.


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