Folha de S. Paulo


Dilma Rousseff lamenta morte de Márcio Thomaz Bastos

A presidente Dilma Rousseff lamentou nesta quinta-feira (20) a morte do ex-ministro Márcio Thomaz Bastos. Em nota, ela afirmou que o país perdeu um "grande homem", o direito brasileiro perdeu "um renomado advogado" e ela perdeu "um grande amigo".

"Quem teve o privilégio de conviver com ele, como eu tive, conheceu também um amigo espirituoso, de caráter e lealdade ímpares", escreveu Dilma.

A presidente afirmou ainda que Bastos foi um defensor intransigente do direito de defesa e considerava o "exercício da advocacia um pilar da sociedade livre".

Márcio Thomaz Bastos foi o mais influente advogado de uma geração de famosos criminalistas que participou ativamente do processo de redemocratização do país. Trocou a advocacia pelo cargo de ministro da Justiça no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente da República.

Em sua nota, Dilma destacou a atuação do amigo no Judiciário. "Como ministro da Justiça, foi responsável por avanços institucionais, como a reestruturação que ampliou autonomia à Polícia Federal, a aprovação da emenda constitucional da reforma do Poder Judiciário e o Estatuto do Desarmamento", escreveu.

Bastos morreu aos 79 anos na manhã desta quinta-feira no hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Ele estava internado há alguns dias para tratamento de problemas no pulmão. O boletim médico apontou "descompensação de fibrose pulmonar".

Dilma irá para São Paulo no início da tarde de hoje para o velório do ex-ministro.

O vice-presidente Michel Temer divulgou uma mensagem em áudio em que também lamenta a morte do ex-ministro. Na gravação, Temer afirma que recebeu a notícia com "grande tristeza" pois conhecia Bastos "há mais de 35 anos".

"Trabalhamos juntos em muitas oportunidades, estivemos juntos nas causas da advocacia e nas causas públicas do país. O Brasil perde um grande advogado, uma figura exemplar e símbolo da advocacia brasileira. E perde também um homem público de qualidades inegáveis. Eu sei o quanto ele fez pela defesa dos direitos humanos, pela defesa do Estado de Direito e pela democracia no nosso país. Perdemos todos. Perco o amigo. Perdem, os brasileiros, um grande homem público", disse Temer.

O ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) também divulgou nota em que diz que a "vida de Bastos foi marcada pela coragem e competência com que se dedicou a suas causas".

"Além de presidente da OAB-SP, quando participou do movimento pelas Diretas Já, destaco a atuação de Bastos como ministro da Justiça do governo Lula, na reestruturação da Polícia Federal, na aprovação do Estatuto do Desarmamento e na homologação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol", completou o ministro.

Trajetória de Márcio Thomaz Bastos


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