Folha de S. Paulo


Rivais minam base de Dilma no Nordeste

Os dois principais adversários de Dilma Rousseff na corrida presidencial montaram palanques em vários Estados do Nordeste com candidatos de partidos que apoiam a reeleição da presidente, explorando divisões do bloco governista numa região que foi decisiva para a vitória de Dilma nas eleições de 2010.

No Ceará, o senador mineiro Aécio Neves, candidato do PSDB à Presidência, fechou com o senador Eunício Oliveira, candidato do PMDB a governador, indicando o ex-governador Tasso Jereissati como candidato ao Senado.

Eunício é aliado de Dilma em Brasília, mas no Ceará a presidente está com o governador Cid Gomes (Pros) e seu irmão, o ex-ministro Ciro Gomes, que devem lançar outro candidato a governador com o apoio do PT.

Romildo de Jesus/Futura Press/Folhapress
Lula e Dilma na Convenção do PT da Bahia que lançou Rui Costa para governador
Lula e Dilma na Convenção do PT da Bahia que lançou Rui Costa para governador

Aliado a Eunício, Aécio conseguiu abrir uma trinca no palanque de Dilma no terceiro maior colégio eleitoral da região Nordeste.

Na sexta-feira (27), Aécio e seu rival Eduardo Campos, pré-candidato do PSB à Presidência, visitaram o Piauí como convidados da convenção que aprovou a candidatura do governador José Filho (PMDB) à reeleição. Os dois fazem parte da chapa peemedebista. O candidato do PT no Piauí será o senador Wellington Dias.

O Nordeste funcionará nesta eleição como uma espécie de câmara de compensação dos votos presidenciais.

Longe de ser o fiel da balança como em 2010, desta vez a região será usada para compensar prejuízos dos candidatos em redutos mais populosos, como o Sudeste.
Com 38,2 milhões de eleitores, o Nordeste perde apenas para o Sudeste em número de habitantes aptos a votar, 62 milhões.

Não por acaso, os três principais candidatos ao Palácio do Planalto fizeram uma ofensiva em Estados nordestinos nesta sexta-feira (27).

Dilma desembarcou na Bahia nesta sexta. Ao lado do ex-presidente Lula, participou em Salvador da convenção que referendou Rui Costa (PT) para a sucessão do governador Jaques Wagner ao governo do Estado.

Dilma tenta manter a dianteira na região que lhe garantiu a vitória em 2010. O objetivo é amenizar eventual desvantagem em São Paulo. Aécio trabalha para reduzir as resistências a seu partido no eleitorado nordestino.

Assim como nas duas últimas corridas ao Palácio do Planalto, o programa Bolsa Família será a principal trincheira da eleição no Nordeste. Nas duas eleições passadas, a bandeira social do PT transformou-se em arma eleitoral contra os tucanos.

De todos os candidatos, o único com sotaque nordestino é Campos, ex-governador de Pernambuco. Ele aposta na origem e no fato de ter participado do início do governo Lula para convencer eleitores de que vai manter o programa social.

Editoria de arte/Folhapress

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