Folha de S. Paulo


Garis em greve pedem dinheiro na rua após corte de ponto no Ceará

Os garis de Fortaleza foram às ruas nesta segunda-feira (26) pedir dinheiro em semáforos e terminais de ônibus da cidade. Foi o primeiro dia da campanha "Gari sem fome", em protesto contra o corte salarial para trabalhadores que aderiram à greve da categoria, iniciada em 23 de abril.

A ideia do movimento é juntar dinheiro para cobrir os cortes salariais dos grevistas, ponto que a prefeitura não aceitou negociar para pôr um fim à greve. No primeiro dia de arrecadação foram levantados R$ 145.

Ao todo, a categoria tem cerca de 800 trabalhadores sindicalizados, dos quais 200 aderiram à paralisação.

A presidente do Sindfort (Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Fortaleza), Narcélia Silva, diz que a campanha vai continuar até a prefeitura abonar todas as faltas. Também foi aberto um livro de ouro para receber doações – mas ainda não houve registro de ofertas.

"É um absurdo cortar o salário de quem recebe tão pouco. Muitos dos trabalhadores estão preocupados pois não repassaram a pensão alimentícia aos seus filhos e temem uma ordem de prisão", diz Silva.

Os trabalhadores da limpeza de Fortaleza recebem um salário mínimo mensal (R$ 724) por uma jornada de seis horas diárias, mais 40% como adicional de insalubridade.

Os grevistas pedem melhores condições de trabalho, além de reposição de perdas da inflação e concurso público para novas contratações.

Editoria de Arte/Folhapress
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