Folha de S. Paulo


Réu do mensalão tucano afirma que ajudará Aécio Neves

O ex-deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB-MG), réu no processo do mensalão tucano, afirmou que não se sente impedido de ajudar nas campanhas de Aécio Neves (MG), candidato do PSDB à Presidência da República, e de Pimenta da Veiga, tucano que disputará o governo de Minas Gerais, mas que sua função ainda não está definida.

"Vou ajudar nas campanhas [de Aécio e Pimenta] no que for preciso, porque não me sinto impedido para isso", disse.

Nos bastidores, aliados de Aécio afirmam que, apesar de Azeredo contar com a solidariedade e compreensão do partido, acreditam que, durante a campanha, ele próprio decidirá "se preservar" de aparições ao lado do presidenciável.

Os interlocutores de Aécio dizem ainda que Azeredo se "ressente pessoalmente" de notícias que o vinculam ao mensalão tucano e que, como sempre que está ao lado do senador o caso é mencionado, acabaria se convencendo de que é mais prudente se manter afastado dos holofotes.

Em fevereiro deste ano, o ex-governador de Minas Gerais renunciou ao mandato de deputado federal após o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedir sua condenação a 22 anos de prisão por envolvimento em um esquema que, conforme a acusação do Ministério Público Federal, desviou recursos públicos para sua campanha à reeleição, em 1998. Na ocasião, o tucano foi derrotado no segundo turno por Itamar Franco.

Alan Marques - 11.fev.2014/Folhapress
O então deputado Eduardo Azeredo antes de sua renúncia
Eduardo Azeredo antes de sua renúncia na Câmara em fevereiro deste ano

O STF (Supremo Tribunal Federal) enviou a ação contra Azeredo à Justiça de Minas Gerais, já que, com a renúncia, o tucano perdeu a prerrogativa do foro privilegiado. O Ministério Público de Minas, por sua vez, entrará com recurso para que o caso de Azeredo seja julgado em separado, o que pode fazer com que o julgamento ocorra ainda este ano. O tucano nega as acusações.

Azeredo participou nesta segunda-feira (19), em Belo Horizonte, de evento para oficializar o nome de Pimenta da Veiga como pré-candidato do PSDB ao governo mineiro e do ex-governador Antonio Anastasia (PSDB) para a vaga ao Senado. Aécio Neves e diversos outros líderes tucanos estavam presentes.

Questionado sobre eventual participação de Azeredo em sua campanha presidencial, Aécio disse, lacônico: "Da forma que ele achar adequada". Depois, afirmou que o assunto da entrevista deveria ser o Brasil. Pimenta da Veiga, por sua vez, disse que Azeredo "não é condenado".

"Sou fundador do partido, primeiro governador do PSDB mineiro. Vou defender a candidatura do Pimenta, do Aécio. Agora eu queria que vocês da imprensa divulgassem a minha defesa, não apenas aquela loucura do procurador [geral da República, Rodrigo Janot]", disse Azeredo após o evento.


Endereço da página:

Links no texto: