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Campos atribui 3º lugar no Datafolha à taxa de desconhecimento do seu nome

Moacyr Lopes Junior/Folhapress
Marina e Campos participam de encontro para debater propostas para o programa de governo
Em SP, Marina e Campos participam de encontro para debater propostas para o programa de governo

O pré-candidato do PSB à sucessão presidencial, Eduardo Campos, atribuiu nesta sexta-feira (9) o seu desempenho nas pesquisas eleitorais ao fato de sua candidatura ser a menos conhecida entre seus principais adversários.

A última pesquisa do Datafolha mostrou o presidente do PSB com 11% das intenções de voto, atrás da presidente Dilma Rousseff (PT), com 37%, e do senador Aécio Neves (PSDB), com 20%.

O ex-governador de Pernambuco disse que não acredita em grandes mudanças nas pesquisas eleitorais antes do início do horário eleitoral gratuito, em 19 de agosto.

"Se 25% da população diz que nos conhece, a gente já chega em simulação em 11% ou 14%. Imagine quando chegar a 100%", disse o presidenciável. "Eu estou confiante e nunca tive dúvidas de que essa eleição é em dois turnos e está em aberta", acrescentou.

Campos avaliou como positivo o dado, mostrado no Datafolha, que 74% da população defendem mudanças. Ele lembrou que, em 2010, a ex-senadora Marina Silva, pré-candidata a vice no PSB, terminou a eleição com quase 20% dos votos válidos.

Para o pré-candidato, o patamar é próximo ao nível de que PSB deve largar na disputa eleitoral deste ano. "Nós vamos começar o 19 de agosto como Marina Silva terminou a eleição em 5 de outubro de 2010. A diferença é essa. Do ponto de vista dos votos válidos, segundo as pesquisas eleitorais, já estamos perto do número que ela chegou na eleição", argumentou.

Editoria de Arte/Folhapress

TERRORISMO ELEITORAL

Eduardo Campos e Marina Silva participam nesta sexta de encontro, na capital paulista, para discutir propostas em energia que serão incorporadas ao programa de governo. O pré-candidato do PSB rebateu crítica feita na quinta-feira (8) pela presidente Dilma Rousseff e a acusou de fazer "terrorismo eleitoral de baixa qualidade".

Em palestra a empresários, a petista disse, sem citar nomes, que a proposta do PSB, de reduzir o centro da meta de inflação para 3% ao ano até 2019, reduziria pela metade os gastos em programas sociais e afetaria o "Minha Casa, Minha Vida".

"Isso é um discurso político, de baixa qualidade, que demonstra desespero eleitoral, porque o nosso compromisso é colocar a inflação no centro da meta, o que ela se propôs a cumprir e não cumpriu", criticou Campos, que prometeu não mexer" em conquistas sociais".

HUMILDADE

Marina Silva respondeu também a recomendação feita na quinta-feira (8) por Aécio Neves, que pediu "humildade" à ex-senadora. Em entrevista à Folha, a pré-candidata a vice disse que a candidatura do PSDB entrou na disputa eleitoral com "cheiro de derrota".

Para a ex-senadora, foi o tucano que não se posicionou com humildade ao ter tratado a pré-candidatura do PSB como "linha auxiliar para a sua candidatura" no início do mês, em fórum com empresários em Comandatuba (BA).

"Se essa humildade tivesse se presentificado não no discurso, mas na prática, tentando transformar as outras candidaturas em linha auxiliar para a sua candidatura, como se já estivéssemos no primeiro turno, com certeza não seria necessário fazer esse debate sobre humildade", afirmou.


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