Folha de S. Paulo


PT aprova candidatura própria em Goiás e se afasta do PMDB

O PT de Goiás aprovou no último final de semana o nome do pré-candidato do partido ao governo do Estado e dificultou, por ora, uma possível aliança com o PMDB nas eleições de outubro.

Delegados do partido se reuniram em Goiânia no último sábado (29) e aprovaram o nome do prefeito de Anápolis, Antônio Gomide, para o governo.

Para o presidente do PT-GO, Ceser Donisete, agora apenas uma decisão da cúpula nacional do PT poderá evitar a candidatura própria no Estado. "Acho muito difícil reverter, até porque não há motivação política nem eleitoral", afirmou.

Donisete até admite manter conversas com o PMDB, mas diz que a cabeça de chapa não está em negociação. Os petistas não apresentam nome próprio para a disputa em Goiás há duas eleições: apoiou o PSB em 2006 e o PMDB, com Iris Rezende, em 2010.

O prefeito de Anápolis, que diz ter visitado cem cidades do Estado nos últimos dois meses em encontros políticos, deverá deixar o cargo nesta semana, prazo final para desincompatibilização. "O próximo passo é buscar alianças, fazer com que o Estado conheça nosso trabalho e reforçar nossa campanha", disse Gomide.

A definição do PT enfraquece a possível candidatura de Iris Rezende, que ainda aposta numa reedição da aliança com os petistas para viabilizar seu nome. Já o empresário José Batista Júnior, o Júnior Friboi, continua se articulando para tentar viabilizar sua candidatura ao governo pelo PMDB. Para isso, visitou cerca de 40 cidades nos últimos dois meses.

Se Júnior Friboi se consolidar como o candidato do PMDB, quebrará um ciclo ininterrupto de 20 anos e seis eleições em que o partido apresentava no Estado Iris Rezende ou Maguito Vilela, hoje prefeito de Aparecida de Goiânia, como opção ao governo. O partido governou o Estado por quatro mandatos consecutivos, de 1982 a 1998.

PSDB

O grande adversário de petistas e peemedebistas deverá ser o governador Marconi Perillo (PSDB), que ainda não confirmou se irá tentar a reeleição, apesar ter visitado mais de cem cidades do Estado nos últimos dois meses.

O grupo de Perillo está no poder desde sua primeira eleição, em 1998. Em 2006, já no segundo mandato, ele saiu para concorrer ao Senado e seu vice à época, Alcides Rodrigues, então no PP, assumiu o comando do Estado e disputou a reeleição, sendo eleito.

Em 2010, Perillo derrotou Iris Rezende. "Todos os partidos da base querem o Marconi como candidato. Ele só irá definir em junho", afirmou Paulo de Jesus, presidente do PSDB-GO. Já pelo PSB, o empresário Vanderlan Cardoso, presidente da sigla em Goiás, deverá ser o candidato ao governo.

"Estou muito mais preparado para o embate nessas eleições", afirmou ele, que disputou o posto em 2010 pelo PR e foi convidado pelo governador Eduardo Campos (PE), presidente nacional da sigla, a presidir o PSB em Goiás.


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