Folha de S. Paulo


No Pará, Aécio critica adiamento de novo código de mineração

O senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, criticou nesta quinta-feira (5) o adiamento da votação, no Congresso, do novo marco regulatório da mineração.

"Infelizmente o governo do PT vem adiando isso [votação do novo código] sucessivamente. Apenas agora, há pouco tempo, enviou uma proposta ao Congresso e voltou a adiar a votação dessa proposta', disse Aécio em Belém, onde participou de encontro com políticos e militantes tucanos.

Lançado em junho pela presidente Dilma Rousseff, o projeto com novas regras para a mineração está travado na Câmara por falta de acordo entre governo e deputados. A promessa do texto é atualizar as normas vigentes desde 1967 e destravar o setor, elevando também os royalties pagos a Estados produtores, como Minas Gerais e Pará, ambos governados pelo PSDB.

"O governador Simão [Jatene, do Pará] esteve há poucos dias em Brasília acompanhado do governador [de Minas] Antonio Anastasia para cobrar do presidente da Câmara dos Deputados a colocação dessa matéria em votação, mas infelizmente, mais uma vez, a maioria governista já parece que manda para o ano que vem. Já há um novo período de perdas para os nossos Estados", afirmou Aécio em entrevista.

O próprio Anastasia, sucessor de Aécio no governo mineiro, divulgou nota nesta quinta-feira com críticas ao adiamento da votação. "Lamento muito que, apesar de todos os nossos esforços, o novo marco da mineração não seja votado este ano, pois essa postergação trará enormes prejuízos para Minas Gerais e demais estados mineradores", afirmou.

Aécio também retomou as críticas ao desempenho da economia brasileira no governo Dilma, citando o encolhimento de 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto) no terceiro trimestre deste ano.

"O PIB desse terceiro trimestre divulgado essa semana é uma demonstração clara que aquilo que estamos falando já há um bom tempo, a perda da credibilidade do Brasil pela ineficiência da política econômica, pela falta de transparência, pelo excesso de intervencionismo, tem feito um mal enorme ao Brasil", disse o presidente do PSDB.

Em discurso, Aécio disse que o modelo do PT de gestão "fracassou" por produzir "crescimento baixo, inflação alta e absoluto descrédito dos investidores". Afirmou que o partido da presidente "se contenta com a administração diária da pobreza" e que uma eventual gestão tucana no Planalto manterá programas de transferência de renda.

"Mas queremos muito mais que esse cartão [de cadastro nos programas sociais federais]. Não posso crer que um pai de família tenha satisfação em deixar a seu filho como herança apenas um cartão do Bolsa Família", afirmou.

O evento de Aécio em Belém é o quinto ato recente que o senador participa para fortalecer seu nome na corrida presidencial. Antes, esteve em Manaus (AM), Maceió (AL), Curitiba (PR) e Goiânia (GO). Além do governador Simão Jatene, também subiram ao palanque de Aécio tucanos como o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, e os senadores Flexa Ribeiro e Mário Couto.


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