Folha de S. Paulo


Aliado diz que candidatura de Marina ao Planalto foi sepultada pelo TSE

Um dos principais aliados de Marina Silva e dirigente da Rede Sustentabilidade, Pedro Ivo afirmou nesta segunda-feira (7) que a candidatura à Presidência da ex-senadora foi "sepultada pelo TSE" (Tribunal Superior Eleitoral) quando a corte rejeitou, na semana passada, o registro de criação do partido.

Ao se filiar ao PSB no fim de semana, Marina apontou o presidente da legenda e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, como candidato à Presidência que terá seu apoio. O acerto surpreendeu até aliados próximo já que ela conta com 26% das intenções de voto, à frente do próprio governador, e alcançou 20 milhões de votos na corrida presidencial de 2010. Alguns militantes da Rede, no entanto, ainda defendem que ela seja candidata ao Planalto.

"Essa possibilidade [candidata à Presidência] foi "sepultada" pelo TSE ao negar o registro da Rede. Por isso, a coligação com o PSB não poderia ter sido construída em base da candidatura de Marina Silva e sim em função de um programa e uma agenda política para o país", disse Pedro Ivo, dirigente da Rede e assessor de Marina desde sua passagem pelo Ministério do Meio Ambiente.

"Sabemos que essa atitude surpreendeu o mundo político e a muitos de nós", completou.

A declaração do companheiro foi registrada em um artigo publicado no site da Rede e divulgado por Marina Silva em seu twitter.

O texto fala ainda que a candidatura da ex-senadora nunca foi oficializada por seu grupo político.

"É importante recolocar essa questão lembrando que Marina e a Rede Sustentabilidade nunca afirmaram a candidatura presidencial como um fato consumado. Nem Marina nem a Rede desejavam a antecipação das eleições, preferindo discutir ideias e propostas para o Brasil, deixando a candidatura como uma possibilidade", afirmou.

ALIANÇAS

Pedro Ivo disse ainda que uma das exigências da Rede para a nova composição foi a de ter liberdade para adotar alianças estaduais diferentes do PSB em 2014.

"Tentaremos manter coligações estaduais dos dois partidos, entretanto, onde a realidade tornar impossível essa aliança, a Rede adotará um posicionamento independente, apoiando a coligação nacional, mas realizando a tática eleitoral que for adequada ao nosso programa, valores e princípios", disse.

Alguns acordos fechados por Eduardo Campos são criticados por integrantes da Rede, como a aproximação com a família Bornhausen em Santa Catarina.

Ao defender a união com o PSB, Pedro Ivo afirmou que Marina e a Rede não poderiam abandonar o processo eleitoral de 2014. "Depois da derrota no TSE, na qual fomos julgados politicamente e de forma casuística, não poderíamos legitimar esses revezes e nos afastar da luta política e institucional para mudar o Brasil. Assim, considero que a solução de participar de uma coligação com o PSB foi a melhor saída para esse momento", disse.

Em julgamento realizado na semana passada, o TSE considerou insuficientes as assinaturas de apoio obtidas pela Rede até agora e negou o registro do partido. A lei exige a apresentação de cerca de 492 mil assinaturas de apoiamento.


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