Folha de S. Paulo


Conselho de Ética aprova suspensão por 90 dias de deputado ligado a Cachoeira

Por 13 votos a 3, o Conselho de Ética da Câmara aprovou nesta quarta-feira (11) a suspensão do deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) por 90 dias do exercício do mandato. Ele é acusado de envolvimento ilegal com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, acusado de comandar um esquema de corrupção.

Agora, a decisão do conselho terá que ser avaliada pelo plenário da Câmara. Os deputados aprovaram o relatório do deputado Sérgio Brito (PSD-BA) que considerou censurável a "estreita relação de amizade" entre Leréia e Cachoeira.

"Deve o parlamentar, como agente político a ocupar a cúpula do Legislativo e a ter poder para influir na vida dos milhões de cidadãos brasileiros, preocupar-se não apenas com a legalidade de seus atos, mas com a aparência de legalidade". Para Brito, "as estreitas relações entre ele e o contraventor notoriamente conhecido implicaram inevitável abalo à credibilidade da Câmara", completou.

Na avaliação do relator, as diversas gravações telefônicas entre o deputado, Cachoeira e pessoas ligadas a ele, colocaram em dúvidas seus atos e a seriedade do próprio Parlamento.

O deputado Sérgio Moraes (PTB-RS) discordou do relator e questionou a decisão do conselho. "Não podemos condenar um parlamentar por sua amizade", disse.

No mês passado, o conselho havia rejeitado relatório do deputado Ronaldo Benedet (PMDB-SC), que recomendava a cassação de Leréia. Com isso, Brito assumiu a relatoria.

Outros três pedidos de cassação por suspeita de envolvimento com o esquema de Cachoeira que tinham como alvos os deputados Sandes Junior (PP-GO), Rubens Otoni (PT-GO) e Stepan Nercessian (PPS-RJ) foram arquivados.

Todos os quatro deputados são citados nas investigações feitas pela Polícia Federal que culminaram na prisão de Cachoeira, no ano passado.


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