Folha de S. Paulo


Começa em tumulto protesto contra prisão de 'black blocs' no Rio

Começou em tumulto o protesto de cerca de 100 pessoas contra a prisão de três administradores da página "Blac Bloc RJ", em frente ao prédio do Tribunal de Justiça do Rio. Manifestantes gritavam palavras de ordem em uma das entradas do tribunal quando seguranças baixaram a porta automática do tribunal. O grupo tentou impedir que a grade baixasse. A porta emperrou à meia altura.

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Houve empurra-empurra e agressões de ambas as partes. Seguranças atiraram cavaletes e manifestantes, lixeiras e ovos. Um dos participantes do protesto teve o dedo quebrado por um cavalete atirado de dentro do tribunal. Seguranças e policiais entraram em um breve embate físico com manifestantes. Muitos servidores estavam no interior do prédio. Nenhum manifestante estava com o rosto coberto.

Erbs Jr./Frame/Folhapress
Manifestantes entram em confronto com a Polícia Militar e seguranças do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro
Manifestantes entram em confronto com a Polícia Militar e seguranças do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro

Depois de deixar a porta do TJRJ, o grupo caminhou pelas ruas do centro. A avenida Rio Branco, a principal do centro do Rio, ficou fechada por ao menos 30 minutos e o trânsito ficou completamente parado. Agentes da prefeitura desviam o tráfego. Um grande contingente de policiais acompanha a movimentação.

O protesto se dissipou por volta das 20h.

PRESOS

A Justiça do Rio aceitou alterar o tipo de prisão dos três administradores da página "Black Bloc RJ" no Facebook. A conversão de prisão em flagrante a prisão preventiva, que dificulta a liberação dos presos por ordem judicial, foi solicitada pela DRCI (Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática). De acordo com assessoria de imprensa da Polícia Civil, o pedido foi acatado nesta sexta-feira (6) pela 27ª Vara Criminal do Rio.

A prisão em flagrante pode ser mais facilmente revertida em liberdade provisória. Já a prisão preventiva é pedida à Justiça quando há provas concretas de que os suspeitos cometeram crimes. Os três foram presos na última quarta-feira (4) e autuados por formação de quadrilha armada e incitação à violência. De acordo com a Polícia Civil, o trio incentivava o vandalismo numa página da internet. Um deles foi autuado ainda por pedofilia por ter, segundo a polícia, fotos de crianças em atos sexuais em seu computador. Seus nomes não foram revelados.

Advogados do Instituto de Defensores dos Direitos Humanos protocolaram na quinta-feira (5) um pedido de liberdade provisória aos presos, mas até a publicação desta reportagem não havia retorno da Justiça. Os presos estão em um presídio em São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro. Os processos correm em segredo de Justiça.


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