Folha de S. Paulo


'A vitória do Lula é a vitória da Dilma', diz ministro sobre 2014

O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) descartou nesta terça-feira (9) que exista qualquer movimentação da parte do ex-presidente Lula de concorrer à eleição presidencial de 2014. Ele negou que a queda na popularidade da presidente Dilma Rousseff tenha impactado definitivamente no seu eventual sucesso eleitoral no ano que vem e comparou a crise atual com a crise do mensalão, em 2005.

"Eu que sou amigo pessoal do Lula sei que o Lula aposta no governo da presidenta Dilma", disse o ministro.

A fala vem num momento em que, à parte da crise na base aliada no Congresso, o próprio partido da presidente Dilma Rousseff encontra-se conflagrado. Diante da baixa na popularidade de Dilma, governistas têm feito pressão para que o ex-presidente use seu protagonismo político dentro do PT para se capitalizar para a campanha do ano que vem.

"Quem já viveu aqui neste palácio, como eu estou vivendo há 11 anos, já viu o balão subir e descer tantas vezes, que a gente tem que ficar sereno. Quem viu 2005, onde já era proclamado por vários editorialistas que o Lula tinha acabado, que não teria reeleição, tem que ter muita serenidade agora", disse.

"A vitória do Lula é a vitória da Dilma. Isso precisa ficar definitivo. Ele não tem nenhuma pretensão, nenhuma vontade de voltar. O que ele aposta é na vitória da presidenta Dilma", completou.

Segundo Carvalho, o Palácio do Planalto está "tem de aceitar" que houve queda na avaliação do governo e, em reação a isso, "trabalhar". "Temos de aceitar esse fato, estamos trabalhando muito para que os fatos mostrem a nossa capacidade de reação."

"Em 2005, quando todo mundo dizia que o governo tinha acabado, o presidente ordenou para a gente que nós não déssemos tanta importância para a bolha política e trabalhássemos mais. A presidenta Dilma reedita agora de certa forma a determinação: 'Eu quero resultado, eu quero um governo de entrega'", relatou o ministro.

O governo aposta na recuperação da economia para que a popularidade da presidente se recupere. "Nós não temos dúvida nenhuma de que daqui a cinco, seis meses o quadro será bem diferente", disse.

PLEBISCITO

Carvalho disse que o governo não irá "abandonar de maneira nenhuma" a ideia de realizar um plebiscito para a reforma política.

Encaminhada na semana passada, a proposta da presidente para a realização de um plebiscito com efeitos para as eleições de 2014 foi descartada nesta terça-feira pela maioria dos líderes da Câmara.

A decisão foi tomada por líderes da base aliada e da oposição. O PT ficou isolado na defesa de um plebiscito imediato, como o Planalto sugeriu ao Congresso.

Questionado se foi um erro do governo insistir na ideia de um plebiscito que valha para 2014, o ministro negou equívoco. "Quando você acredita em uma coisa, você tem que ir até o limite. O Congresso de alguma forma vai sentir e sente nas ruas tanto quanto nós sentimos."

"Agora, vamos ver que passos nós podemos ter de dar. Há outras possibilidades ainda que nós vamos ter de discutir com a sociedade, eu prefiro não adiantá-las, nós vamos ter de ver com calma, sem nenhuma reação intempestiva. Mas nós seguiremos dialogando com a sociedade", disse.


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