O ex-governador de São Paulo Cláudio Lembo (PSD) afirmou nesta sexta-feira (7) que o parecer do Ministério Público contra o acúmulo de cargos de Guilherme Afif Domingos (PSD) tem viés político.
"Lamentavelmente, tanto o parecer do Ministério Público quanto o da Comissão de Ética têm viés mais político, menos técnico", afirmou.
Questionado se esse viés é resultado de influência do Executivo paulista no processo, afirmou que "indiscutivelmente há uma sensibilidade de [Geraldo] Alckmin à questão".
"Certamente ele está interessado em uma solução política favorável a ele, o que é normal em política", afirmou.
Afif é alvo de um processo na Assembleia Legislativa por ter acumulado o cargo de vice-governador com o de ministro da Micro e Pequena Empresa do governo federal, posto para o qual foi nomeado no início de maio.
O parecer do Ministério Público contra o acúmulo foi encaminhado ontem à Assembleia e deve integrar esse processo.
Lembo, que foi secretário de Negócios Jurídicos da Prefeitura de São Paulo, afirma que o parecer está "absolutamente equivocado" ao dizer que há um acúmulo de funções, já que, em seu ponto de vista, o cargo de vice é "apenas uma expectativa".
Para o ex-governador, a única exigência para que Afif mantenha o posto é que se afaste do cargo de ministro quando for convocado a assumir o governo.
A situação pode acontecer neste final de semana, quando Alckmin tem viagem marcada para a França, onde vai participar da apresentação da candidatura de São Paulo à Expo 2020.
Lembo foi vice-governador de Alckmin entre 2003 e 2006, pelo DEM (ex-PFL). Assumiu o cargo quando o tucano concorreu à Presidência da República, em 2006.