Folha de S. Paulo


Irmão de PC Farias deve depor no segundo dia de julgamento

O segundo dia de julgamento dos quatro ex-seguranças acusados de envolvimento na morte de Paulo César Farias e da namorada dele, Suzana Marcolino, deve começar com o depoimento das últimas pessoas que tiveram contato com o casal.

A primeira a depor nesta terça-feira (7) é Milane Valente de Melo, que na época namorava o irmão de PC Farias, o ex-deputado federal Augusto Farias. O casal jantou na casa de praia com PC e Suzane horas antes dos dois serem encontrados mortos, na cama, no dia 23 de junho de 1996.

Caseiro diz ter recebido ordem para queimar colchão onde PC Farias foi morto
Antes de júri, irmão de PC Farias diz que réus são inocentes

Milane iria depor na segunda-feira (6), mas teve o testemunho adiado porque já passava das 20h.

O segundo a falar é o irmão de PC Farias. Augusto foi indiciado sob suspeita de ser o mandante do crime. Como tinha foro privilegiado à época por ser deputado, o inquérito contra ele foi parar no STF (Supremo Tribunal Federal) e foi arquivado por falta de provas, em 2002.

Ontem, antes do início do primeiro dia de julgamento, Augusto Farias acusou os delegados da segunda fase do inquérito, Antônio Carlos Lessa e Alcides Andrade, tentarem negociar com ele o indiciamento apenas dos quatro ex-seguranças: os policiais militares Adeildo dos Santos, Reinaldo de Lima Filho, Josemar Faustino dos Santos e José Geraldo da Silva.

Lessa disse a Folha que tem um "pacto" com Andrade para não comentar mais o assunto.

Também deve ser ouvido nesta terça-feira Manoel Alfredo da Silva, vigia da casa de praia na época do crime.

1º DIA

Na segunda-feira, primeiro dia de julgamento, prestaram depoimento Leonino Carvalho, caseiro da casa de praia, e Genival da Silva França, que trabalhava como garçom no local.

Leonino disse ter recebido ordens do ex-sargento da PM e ex-chefe da segurança de PC Farias, Flávio Almeida, para queimar o colchão onde os corpos foram encontrados, o que acabou alterando a cena do crime.

Genival disse que Almeida deu a ordem após autorização do primeiro delegado do caso, Cícero Torres.

Torres foi afastado do caso depois que o laudo utilizado por ele para embasar a tese de crime passional foi invalidado.

A Promotoria descarta a tese de que Suzana tenha matado PC e depois se suicidado, como é sustentado pela defesa dos réus. A acusação afirma que o caso foi um crime de mando, mas nunca chegou a um mandante nem às possíveis motivações.

Editoria de Arte/Folhapress

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